A este preço, a marca italiana, que tem como objetivo vender 17,2 milhões de ações correspondentes a 9% do capital, será avaliada em 9,8 mil milhões de dólares (8,6 mil milhões de euros), a que junta uma dívida de cerca de três mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros).
Os primeiros títulos da Ferrari serão negociados hoje logo após a abertura da sessão da Bolsa de Nova Iorque (NYSE) às 14H30, hora de Lisboa.
O piso onde são negociadas as ações da bolsa novaiorquina foi todo 'vestido' de vermelho para a ocasião, a cor favorita da marca italiana, e onde os responsáveis pela empresa deverão tocar a tradicional campainha, sinónimo do início da negociação.
Esta oferta inicial deverá ser uma das mais seguidas do ano, devido ao prestígio da Ferrari, cortando assim com alguma acalmia que estava a atingir Wall Street desde o verão.
Ao colocar um preço inicial na faixa de 48 a 52 dólares, a Ferrari responde ao interesse dos investidores pela marca.
Apesar da oferta ser de 17,2 milhões de ações, o grupo italiano poderá acrescentar 1,7 milhões de ações adicionais, uma vez que os bancos que aconselham a operação (UBS, Bank of America, Merrill Lynch e outros) têm um direito de opção nesse montante.
O grupo automóvel Fiat Chrysler Automobiles (FCA), que atualmente possui 90% da Ferrari (os restantes 10% são detidos por Piero Ferrari, filho de Enzo Ferrari, que fundou a marca em 1947), tem como objetivo usar o dinheiro da operação – cerca de 900 milhões de dólares (793 milhões de euros) – para financiar o plano de desenvolvimento a cinco anos.
Um plano que tem como meta atingir vendas de sete milhões de carros.
Para além deste plano, a entrada em bolsa da Ferrari servirá também para ajudar a reembolsar a casa-mãe FCA em 3,2 mil milhões de dólares até abril de 2016, um montante que faz parte de uma operação complexa de recapitalização da marca.
A Ferrari decidiu voluntariamente limitar a produção anual a 7.000 carros, mas a intenção é que em 2019 aumente o fabrico em 30% para 9.000 unidades por ano, sendo que a marca desportiva italiana vende nove modelos, dos quais o mais barato custa 180 mil euros.
As vendas consolidadas no terceiro trimestre de 2015 deverão ser entre os 720 e 730 milhões de euros, referem os responsáveis da FCA, enquanto o lucro operacional poderá ser de 215 milhões euros.
Lusa/SOL