Fazer piadas à candidatura ou à postura de Trump é apenas redundante, porque toda a sua atitude é em si uma piada. Já fazer piadas à possível candidatura de West, anunciada durante os MTV Video Music Awards de 2015, é todo um manancial explorável e altamente divertido.
Durante um evento de angariação de fundos, em São Francisco, Obama foi notícia por se ter divertido e por ter divertido a plateia enquanto debitava de forma descomprometida conselhos a Kanye, caso o seu anúncio de candidatura venha a revelar-se verdadeiro. Ao mais puro estilo stand up, Obama foi debitando informações reais e ficcionais sobre as dificuldades que Kanye enfrentará, caso leve a sua avante e chegue à Casa Branca. Género fazer uma piada com o nome de um álbum de Kanye e explicar-lhe que aquele género de frases já fizeram senadores perder os seus cargos. Ou então coisas do género se o Kanye acha que o povo norte-americano está disposto a eleger um afro-americano do sul de Chicago com um nome esquisito. Auto-ironia no seu melhor. Um momento de entretenimento pop perfeito, recebido calorosamente pela plateia presente e que tem dado a volta ao mundo em partilhas infinitas.
Como diria Conceição Lino, nós por cá não estamos assim tão distantes dessa realidade como se poderá pensar.
Uma das grandes estrelas pop do nosso firmamento televisivo, o comentador, opinador, leitor mais que ávido, ajudador, nadador, desportista, animador de hostes, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou finalmente a sua candidatura a Belém. E foi no passado domingo o batedor de recordes de audiências naquela que foi a sua despedida do cargo de comentador no Telejornal de domingo às 20h00, da TVI.
Conhecido pelas suas opiniões pouco ortodoxas, pela sua capacidade insuperável de ler para cima de 40 títulos por semana e por ser uma das figuras políticas mais mediaticas de sempre na história do nosso país, o Prof. Marcelo, grande favorito do povo que lhe é fiel e o acompanha e se sente mais inteligente ao ouvir as suas sábias palavras, tem tudo para ser o nosso próximo Presidente da República.
O Prof. Marcelo é o nosso Kanye de 2016, mas sem as canções. Até porque nós não temos uma família Kardashian, talvez por não estarmos ainda preparados para ela, enquanto país. Já nos basta a salsada em que vai a novela legislativas 2015.
Mas isso agora não interessa nada porque nesta coisa de um possível Presidente famoso, estamos à frente dos EUA: temos o Prof. Marcelo com quem jantamos todos os domingos de há 15 anos para cá, que conhecemos como a palma das nossas mãos e que ainda por cima é amigo da Cristina [Ferreira].
Estará o Prof. Marcelo em pré-campanha há quinze anos?
Se nos sentimos mais à vontade com uma estrela pop a assumir um cargo politico? Eu diria que tudo indica que sim, que estamos muito à frente nesse campo, e que podemos começar a dar conselhos aos norte-americanos. Só que com menos piada, porque o português é menos gracioso.
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