Crise económica não toca a todos e política só crispa

Uma sondagem da Intercampus para a TVI indica que que, se as eleições fossem agora (depois de Costa iniciar negociações para um Executivo de esquerda), a coligação PSD/CDS subia quase 3 pontos, com 7% dos inquiridos a admitir que mudariam o seu sentido de voto. Contudo, os eventuais 41,3% dosvotos que o PàF teria não…

Conclusão, a crise política não muda muito a situação, só crispa posições e cria fanáticos como noutros tempos. Muitos não querem ver as razões do outro lado (maioriasimples ou maioria parlamentar), mas mantém-se sem alterar posições. Só o PR, pelo que se vê por aí escrito, irritou algumas figuras e as fez mudar de posição – tornando nomeadamente o PS mais unido,

Surpresas? Talvez nem tanto. Repare-se, a propósito da crise económica, não ter sido por acaso que a Porshe (e outras marcas, de resto) vieram para Portugal apresentar os seus novos modelos. De facto, a Porsche está a ter o seu melhor ano de vendas desde sempre no nosso país: 401 viaturas entregues nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 38,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Definitivamente, a crise não toca a todos. E assim se compreende a votação da maioria governamental (que desceu muito, mas ainda guarda votos suficientes para ambicionar, embora não garantir, constitucionalmente a formação de um novo governo seu).

Outro exemplo de que a crise não chega a todos: os salários de magistrados e políticos foram os que mais subiram desde 2011, escreveu há dias o jornal i em manchete.

Agora um exemplo de onde chega a crise: entre os anos letivos de 2000/2001 e 2013/14, a rede de escolas públicas encolheu para menos de metade, de 14 533 estabelecimentos para 6575, escreveu o Diário de Notícias em manchete, citando o relatório "A Educação em Números 2015", da Direção Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência (DGEEC). E depois, segundo a mesma fonte, só em 2014, desapareceram 535 escolas estatais. Duas por cada dia útil.