A APRITEL destaca que os consumidores dos países do Norte da Europa "tipicamente viajam mais e têm perfis de consumo mais elevados" e que, por isso, com a introdução das novas medidas, "os países com maior afluência turística, como é o caso de Portugal, deverão esperar um aumento acentuado do tráfego realizado pelos clientes estrangeiros em território nacional".
A associação afirma que esse aumento do tráfego vai existir "sem que os operadores portugueses tenham a possibilidade de recuperar a totalidade dos custos associados tanto à ocupação da sua rede, como às necessidades de investimento para atender à procura acrescida".
E, por isso, "existe o risco de que estas medidas provoquem um reequilíbrio dos preços domésticos, com transferência de bem-estar económico da generalidade dos consumidores para a relativa minoria que viaja e consome serviços de 'roaming'", afirma a APRITEL.
A associação considera também que os preços dos serviços de 'roaming' têm vindo a descer continuamente há vários anos e que, por isso, o fim do pagamento de 'roaming' "gerará distorções com impacto negativo, nomeadamente na diversidade, qualidade e níveis de preços na oferta dos serviços domésticos que são usados e valorizados pela generalidade da população".
O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje, em Estrasburgo, o fim das tarifas de 'roaming' a partir de 15 de junho de 2017 nos telemóveis e o acesso aberto à Internet.
Lusa/SOL