Estudo revela que há cada vez mais homens a trabalhar em bibliotecas

Um estudo realizado pela Universidade Portucalense revela que está a crescer o número de homens que trabalham nas bibliotecas, o que pode contribuir para a mudança da imagem estereotipada da profissão muito ligada às mulheres. 

Segundo o estudo "Óculos, coque, Shhh!: Um olhar sobre a auto-imagem e o estereótipo do bibliotecário em Portugal", apesar de ainda haver um predomínio de mulheres no mercado de trabalho das bibliotecas, verifica-se um crescimento considerável de homens (23%) na profissão.

"A representação da carreira de bibliotecário, bem familiar na cultura popular, onde predomina uma imagem feminina, de óculos, coque, roupa formal, ar sério ou provocador, pode estar na base de desvalorização e falta de reconhecimento profissional por parte da sociedade", afirma em comunicado Sílvia Cardoso, autora da investigação.

Contrariamente à representação social destes profissionais, eles são, na sua maioria, jovens com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos (40,7%), casados ou a viver em união de facto (63%), apresentam níveis de escolaridade superior à licenciatura (88%), usam cabelo solto (75%), vestem-se de forma casual (77%) e alguns têm até tatuagens e piercings (7%).

 O trabalho, que envolveu 194 profissionais de bibliotecas públicas portuguesas, concluiu ainda que o dinamismo e as novas potencialidades das bibliotecas portuguesas têm vindo a alterar a imagem do próprio profissional de informação, que se sente hoje menos associado ao estereótipo de 'rato de biblioteca', ainda que se considere incompreendido por uma sociedade que pouco frequenta espaços de biblioteca e que, por isso, desconhece as suas funções e papéis sociais.

Lusa/SOL