"Badawi é um homem muito corajoso, exemplar, a meu ver. Foi alvo de uma das maiores torturas. Já solicitei ao rei da Arábia Saudita a sua libertação imediata", disse Schulz, ao anunciar a decisão da Conferência de Presidentes do PE, em plenário.
Martin Schulz relembrou que as relações da União Europeia com países terceiros dependem do respeito pelos direitos humanos.
"Esta é uma violação patente dos direitos humanos, que foram claramente espezinhados", salientou Sculz, apelando à Arábia Saudita que liberte Raif Badawi, para que possa estar em Estrasburgo em dezembro para receber o prémio.
Raif Badawi foi condenado a 10 anos de prisão, a 1.000 chibatadas e a uma multa pesada por ter criado um website para o debate social e político, "Free Saudi Liberals", considerado ofensivo para o Islão.
As primeiras 50 chibatadas foram infligidas em janeiro deste ano, tendo as restantes sido adiadas devido a protestos internacionais.
O ativista está atualmente a cumprir a pena na Arábia Saudita.
Badawi foi hoje galardoado, pela Conferência de Presidentes do PE, com o Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento, que será entregue em Estrasburgo no dia 16 de dezembro.
O Prémio Sakharov, no valor de 50 mil euros, foi entregue em 2014 ao ginecologista congolês Denis Mukwege, especializado no tratamento de mulheres vítimas de violência em África.
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.
Em 1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).
Lusa/SOL