A sonda Rosetta, que chegou às cercanias do cometa 67P / Churyumov-Gerasimenko há um ano, descobriu sinais da presença de oxigénio na ténue atmosfera daquele corpo celeste. Os cientistas da ESA (Agência Espacial Europeia) que seguem a missão revelaram hoje que a sonda conseguiu medir os gases presentes no cometa e chegaram à conclusão é o quarto gás mais presente na sua atmosfera, a seguir ao vapor de água, do monóxido de carbono e do dióxido de carbono.
Mas a equipa que estuda mais de perto este fenómeno, da Universidade de Berna (Suíça) não embandeira em arco: a presença de oxigénio, ligada à possibilidade de vida, não é sinal que ela exista naquele rochedo espacial. De qualquer modo, adianta Kathrin Altwegg, daquela universidade, a descoberta não deixa de ser surpreendente: “O oxigénio não estava entre as moléculas que esperávamos encontrar num cometa”, disse, ao diário britânico The Guardian. “Nunca pensámos que oxigénio pudesse ‘sobreviver’ milhares de milhões de anos sem se combinar com outras substâncias”.
O cometa remonta à formação do sistema solar. Daí o interesse por esta viagem de uma sonda a vários milhões de quilómetros – entender a origem do nosso sistema planetário. E as surpresas parecem não ter ficado por aqui.