Primeiro veio a Bimby. Depois chegaram a Yämmi, do Continente, ou a Ladymaxx Gourmet, do Aldi. Ontem foi a vez de o Pingo Doce lançar o seu robot de cozinha, aquecendo a ‘guerra’ das máquinas que juntam num aparelho só as funções de vários eletrodomésticos.
A Chef Express, que estará à venda nas lojas do grupo a partir da próxima terça-feira, a tempo do Natal, foi desenvolvida de raiz pela insígnia da Jerónimo Martins, em parceria com a empresa portuguesa Flama.
E pretende desde já disputar clientes com a Bimby, a máquina alemã comercializada pelas demonstradoras da Vorwerk, através de venda direta. Embora o Pingo Doce não revele quais as suas expectativas de comercialização nem quanto investiu, ontem, o diretor-geral da rede, Luís Araújo, assumiu que o objetivo é «ser um player relevante e, se possível, liderar», conquistando pelo menos 50% de quota.
O preço acessível da Chef Express, que custará 399 euros, será um dos argumentos. Em setembro de 2013, o Pingo Doce chegou a anunciar o lançamento de uma máquina de cozinhar, mas não avançou. Ontem, Luís Araújo explicava que o adiamento permitiu à companhia focar-se na inovação e no desenvolvimento de um projeto diferenciador.
Aproveitando a moda dos robots de cozinha, nesse mesmo ano, o Continente apresentava a Yämmi.
Segundo fonte oficial do Continente, esta panela – que custa 349 euros, mas tem merecido várias campanhas de promoção e desconto em cartão – vendeu 22 mil exemplares no primeiro ano em que esteve nas prateleiras dos hipers da Sonae e das lojas Worten.
Questionada pelo SOL, a mesma fonte não revela quantos aparelhos foram vendidos desde essa altura. Afirma apenas que «as vendas da Yämmi estão a surpreender pela positiva desde a sua fase inicial». «Acreditamos que podemos lutar pela liderança deste mercado e estamos a desenvolver todos os esforços de vendas e comunicação com esse objetivo em mente», reforça, sublinhando haver ainda espaço para crescer.
Bimby lidera
Ainda assim, desde que entrou no mercado português, em 2000, que a Bimby se assume como líder no segmento dos robots de cozinha, mesmo encontrando concorrência de outros aparelhos como a Cookii, Evolution Mix ou Mousieur Cuisine, do Lidl, com custos mais baixos.
Em declarações ao SOL, a presente executiva da Bimby Portugal, Isabel Padinha, assegura que «as vendas continuam a crescer anos após ano». «Se em 2014 crescemos 8%, este ano prevemos ultrapassar o recorde de vendas atingido no ano passado. Desde 2013 cerca de 1% das famílias portuguesas aderem anualmente à Bimby», realça.
Contas feitas, existem atualmente 380.000 máquinas Bimby nos lares portugueses, mas a expectativa da empresa é chegar a mais um milhão de famílias. «Temos muito espaço para crescer», acredita Isabel Padinha, que não teme a concorrência.
Em setembro de 2014, a Vorwerk lançou um novo modelo da máquina, a Bimby 5, que incorporou as novas tecnologias, custando 1.095 euros.
Em vez do livro, as receitas são distribuídas numa pen e o aparelho dispõe de um ecrã tátil. Em testes a nível mundial está já um acessório que vai ligar o portal de receitas da empresa disponível online à própria máquina através de internet sem fios, avança Isabel Padinha ao SOL.
Depois da Bimby, as cadeias retalhistas começaram a apostar nas suas máquinas de cozinhar e a guerra neste mercado ferveu, merecendo até análises comparativas da DECO.
Contactada, a associação de defesa do consumidor diz não ter queixas ou reclamações significativas quanto ao desempenho dos diferentes aparelhos no mercado.
Bimby 5
1.095 euros
Existem 380 mil máquinas da marca vendida em exclusivo pela Vorwerk através de demontrações em casa dos clientes. Empresa quer chegar a mais um milhão de lares.
YÄmmi
349 euros
Máquina da Sonae foi das primeiras lançada por uma retalhista em Portugal. Segundo o Continente, vendeu 22 mil unidades do primeiro ano de comercialização.
Chef Express
399 euros
O Pingo Doce chegou a anunciar o seu robot de cozinha em 2013, mas esperaria até novembro de 2015 para o apresentar. Quer conquistar 50% do mercado neste segmento.