Conheço bem de perto a situação. E faz-me lembrar aquele liberalíssimo e louco séc. XIX, em que a ganância dos enriquecidos os fazia avançar sempre, agarrados a uns políticos ditos liberais, com uma indiferença total pelas dificuldades alheias, preocupados só com o PIB nacional, sem sequer perceberem que também haveriam de ser apanhados por essas dificuldades. Nesses alvores da Revolução Industrial, os trabalhadores labutavam de Sol a Sol, sempre endividados, e só a engordarem uns esquemas financeiros que os rodeavam.
Diz agora a DECO que as pessoas começam por pagar o que podem, por demorarem mais tempo a sentir-lhe as consequências, e deixam para o fim o que parece menos essencial: assim, cortam primeiro nas rendas de casa ou prestações, e a seguir na alimentação (supermercados). Deixam para mais tarde os cortes na água, gás e eletricidade, e para o fim os telefones e comunicações.