O português que detém o duplo recorde de melhor classificação de sempre no ranking mundial (115º esta semana e 113ª na semana passada) e no ranking olímpico (37º) regressou ao comando da Corrida para Omã depois do 3º lugar alcançado há duas semanas na China e é um dos quatro únicos jogadores que podem fechar a temporada como nº1.
De acordo com as contas do serviço de media do Challenge Tour, Ricardo Melo Gouveia tem uma vantagem de 3.980 euros em relação ao francês Sebastien Gros, o anterior líder do ranking.
Isto significa que será o nº1 de 2015 o que terminar à frente do outro no NBO Golf Classic Grand Final que amanhã (quarta-feira) se inicia em Omã.
Em jogo estão 375 mil euros em prémios monetários, 64 mil dos quais para o vencedor.
Mas se o algarvio de 24 e o francês de 25 são os grandes favoritos à vitória na Corrida para Omã, há ainda outros dois pretendentes.
O espanhol Borja Virto Astudillo está no 3º lugar do ranking, a 22.160 euros do português, pelo que, uma vitória no torneio poderá dar-lhe o nº1 do ranking se Melo Gouveia não for um dos dois primeiros no sultanato.
Mais complicada é a tarefa de Bjӧrn Åkesson, o sueco 4º classificado no ranking, que só poderá chegar a nº1 se ganhar em Omã e se os três que estão à sua frente tiverem uma semana desastrosa. É muito pouco provável!
Para Ricardo Melo Gouveia não há qualquer pressão nesta NBO Golf Classic Grand Final, na medida em que o seu grande objetivo da época está conseguido – a subida em 2016 ao European Tour, a primeira divisão europeia.
Mas se ficar na história do Challenge Tour como o nº1 de 2015 irá fixar um novo recorde nacional – Filipe Lima foi 2º em 2009 e Ricardo Santos 4º em 2011 – e entrará para o European Tour com o seu prestígio reforçado.
«Significaria o Mundo para mim. Tem sido uma época tão boa que terminá-la com essa vitória (no ranking) seria muito satisfatório, mas neste momento só quero começar o torneio de Omã e fazer uma boa exibição», disse o nº1 português, que este ano conquistou um título, o seu segundo da carreira no Challenge Tour (o AEGEAN Airlines Challenge Tour by Hartl Resort, na Alemanha.).
Ainda em 2015, foi vice-campeão noutros três eventos da segunda divisão europeia, obteve mais um 3º posto e ainda outros cinco top-10. Falhou apenas um cut em 18 torneios disputados este ano (incluindo o Portugal Masters e o Madeira Islands Open BPI). E ainda conquistou mais dois títulos em circuitos menos relevantes, no Algarve Pro Golf Tour e no PGA Portugal Tour.
«Eu só quero aquele nº1», disse ele antes de ir para o Foshan Open, na China. E não se pense que é por causa do bónus monetário de 30 mil euros que o Challenge Tour irá oferecer ao vencedor da Corrida para Omã: «Não tem nada a ver com o bónus monetário. Só quero terminar o ano como nº1. Depois de ganhar na Alemanha e do 2º lugar na Eslováquia esse passou a ser o meu objetivo. A entrada no European Tour está garantida e é uma questão de prestígio, para além da injeção de confiança que dará para o próximo ano».
O campeão nacional amador de 2009 esteve na semana passada no Dubai a jogar um Pro-Am e a ambientar-se às condições meteorológicas do Médio Oriente. Chegou ontem (segunda-feira) a Omã, onde hoje a temperatura andou entre os 27 e os 30 graus centígrados.
Os dois Pro-Am de hoje foram o aperitivo da NBO Golf Classic Grand Final e o português foi escalonado para o da tarde, onde se fez sentir mais vento. «Não joguei lá grande coisa», disse ao Gabinete de Imprensa do Portugal Golf Team, depois de um 10º lugar entre 21 equipas, com 16 abaixo do Par (resultado da equipa).
Mas nem por isso deixou de manter uma perspetiva positiva para os próximos quatro dias “a doer”, num campo onde, no ano passado, quando o torneio ainda não tinha o estatuto de Grand Final, foi 9º classificado, a Par do percurso situado em cima das dunas: «O que é bom neste campo é o tempo estar sempre bom, o desenho ser tão próximo do mar, haver buracos bons e bonitos. Eu gosto do Par-3 que tem o green numa ilha, que este ano é o nº5 (em 2015 inverteu-se a ordem dos primeiros e segundos nove buracos). É preciso estarmos ao nosso melhor para jogarmos bem».
E Ricardo Melo Gouveia conta jogar bem, como afirmou ao press officer do Challenge Tour, Neil Ahern. «Ambos estamos aqui para tentar vencer a Corrida para Omã», declarou, referindo-se ao seu grande obstáculo desta época, Sebastien Gros: «É bom termos esta rivalidade no campo, mas fora dele somos bons amigos. Estamos a puxar-nos mutuamente para outro nível, o que é muito bom».
O francês de 25 anos, num inglês perfeito, replicou: «É verdade que no campo o Ricardo está sempre nos lugares cimeiros do leaderboard e não é apenas uma vez, estamos sempre a vê-lo a subir e a subir na classificação. Em Foshan era ele quem estava atrás de mim e eu queria manter essa vantagem. Tal como ele disse, estamos a dar um passo mais à frente. Gostaria que esta rivalidade continuasse e que até um dia estivéssemos a lutar pela vitória na Corrida para o Dubai (o ranking da primeira divisão europeia)».
O jogador do Portugal Golf Team sai amanhã no último grupo, às 10h04 (quatro horas mais tarde do que em Portugal), exatamente ao lado de Sebastien Gros e de Borja Virto Astudillo, os jogadores que o perseguem no ranking e que este ano também já sabem o que é ganhar.
O francês venceu em França no Najeti Open Presented by Neuflize OBC e no Kazakhstan Open; enquanto o espanhol triunfou no D+D REAL Slovakia Challenge e no The Foshan Open.
A NBO Golf Classic Grand Final merece transmissão televisiva em todo o Mundo, com resumos diários. Em Portugal, os direitos são da SportTV que, no seu canal 4, mostra o torneio às seguintes horas: 00h10 de quarta-feira (amanhã), 01h00 na quinta e sexta-feira, e 00h30 no Sábado.
Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.