Nas anteriores previsões económicas da primavera, divulgadas há exatamente seis meses (05 de maio), Bruxelas apontou para um défice orçamental em Portugal de 3,1% este ano, o que significaria que o país não cumprira o compromisso de colocar o défice abaixo dos 3% do Produto Interno Bruno (PIB), continuando assim em situação de défice excessivo, segundo as regras do pacto de estabilidade e crescimento.
O Governo, que sempre apontou para um défice de 2,7% em 2015, tem reafirmado que Portugal cumprirá a meta estabelecida, e a própria Comissão Europeia admitiu na primavera que o objetivo era exequível, ficando-se então a conhecer se Bruxelas acredita no cumprimento da meta, quando se aproxima o final do ano, e numa altura em que ainda não recebeu o plano orçamental português para 2016, na sequência das eleições legislativas de 04 de outubro.
Nas previsões da primavera, a Comissão dizia ainda esperar que a economia portuguesa crescesse este ano 1,6%, neste caso em linha com a previsão das autoridades nacionais, mas estava menos otimista do que o executivo para 2016, prevendo um crescimento de 1,8%, contra os 2% antecipados pelo Governo no próximo ano.
Divulgadas três vezes por ano — no inverno (fevereiro), primavera (maio) e outono (novembro) -, as previsões económicas da Comissão abrangem a zona euro, o conjunto da União Europeia e cada um dos 28 Estados-membros.
Em maio passado, as previsões de Bruxelas eram marcadas pelo otimismo, com o executivo comunitário a rever em ligeira alta as projeções de crescimento na zona euro e na União Europeia, para 1,8% e 1,5% em 2015, respetivamente, acelerando para 2,1 e 1,9% em 2016, valores que se baseavam no que a Comissão classificava como "condições económicas favoráveis".
Lusa/SOL