"Reafirmo que não vamos fazer despedimentos de trabalhadores da Portugal Telecom", disse Paulo Neves, após a conferência de imprensa de apresentação do projeto de alargamento da fibra ótica a mais três milhões de casas até 2020, para um total de 5,3 milhões.
Questionado sobre a situação dos trabalhadores da empresa que estão em regime de 'outsourcing', ou seja, são subcontratados, Paulo Neves afirmou: "O que estamos a fazer é um processo de 'insourcing' para garantir que os trabalhadores da Portugal Telecom fazem os serviços que podem fazer".
O objetivo, disse, "é garantir uma internalização de serviços e, deste modo, melhor oferecer serviços aos clientes", adiantando: "o que resultará, eventualmente, em não ter alguns contratos de 'outsourcing'".
Questionado sobre quantos contratos de 'outsourcing' poderão estar em causa, Paulo Neves respondeu que "não".
"O fundamental é garantir que os nossos trabalhadores não são despedidos e conseguir metê-los a fazer aquilo que podemos fazer melhor", acrescentou.
Instado a avançar sobre o número de trabalhadores temporários que poderão ver os seus contratos não serem renovados, Paulo Neves disse: "Serão aqueles que conseguirmos internalizar".
O gestor disse que a PT Portugal, que é detida pelos franceses da Altice, está num processo de análise sobre "aquilo que as pessoas podem fazer dentro da empresa e a seguir pô-las a fazer aquilo que interessa fazer".
Questionado sobre se admite partilhar a rede de fibra ótica que pretende expandir a três milhões de casas até 2020, Paulo Neves explicou que o investimento neste projeto é da PT Portugal.
"O investimento e cobertura da rede é nosso", afirmou, adiantando que poderá, "eventualmente, disponibilizar [a rede] numa oferta comercial".
Relativamente ao acordo de partilha de rede que tem com a Vodafone, Paulo Neves explicou que o mesmo "este mês termina" e "cada um" dos operadores – PT Portugal e Vodafone Portugal – "passa 450 mil casas ao outro".
O acordo de partilha de rede era de 900 mil casas cobertas.
A 22 de setembro, à margem de uma conferência do regulador Anacom, o presidente da Vodafone Portugal, Mário Vaz, tinha afirmado que ainda não havia decisão sobre o acordo de partilha da rede de fibra ótica com a PT Portugal.
"O acordo existente prevê a partilha de 900 mil casas para uma data que terminará em novembro deste ano e também era público que neste acordo estava prevista a possibilidade de partilha futura deste acordo, se as partes assim o entendessem", disse na altura Mário Vaz.
Paulo Neves garantiu ainda que "não há atraso de pagamentos" da PT Portugal aos fornecedores e considerou que a situação política portuguesa "não altera em nada aquilo" que a operadora está a fazer.
"Estamos de pedra e cal" no mercado português, concluiu.
Lusa/SOL