KFC ou Coca-Cola? No Irão são crime

Irão proibiu a entrada no país e a exibição pública de bens de consumo que possam representar “uma presença simbólica” dos Estados Unidos no país, como marcas de cigarros ou cadeias de ‘fast food’, informa hoje a imprensa local. 

O ministro da Indústria e Comércio, Mohammad Reza Nematzadeh, ordenou numa diretiva um bloqueio à importação destes bens e pediu a todas as instituições implicadas que evitem que produtos procedentes dos Estados Unidos ou com uma carga simbólica norte-americana muito marcada sejam vendidos ao público.

A medida surge no âmbito da iminente aplicação do Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês), o acordo nuclear entre o Irão e as potências do Grupo 5+1 que porá fim ao isolamento económico iraniano. 

Embora apoie o acordo, o guia supremo iraniano Ali Khamenei, a figura máxima religiosa e política do país, advertiu que o Governo iraniano devia ser cuidadoso com a sua aplicação e evitar qualquer tipo de "infiltração" dos Estados Unidos no país, em particularmente a que afete a área social e cultural.

Além disso também assinalou que a abertura económica deve ser feita sem prejudicar a produção iraniana, a qual deve ser protegida com certos controlos à importação. 

A decisão do Ministério da Indústria também surge numa altura de forte polémica suscitada após o encerramento de um restaurante de comida rápida em Teerão, que utilizava o logotipo e a imagem da cadeia KFC. 

O restaurante foi encerrado pela polícia apenas um dia após a sua inauguração por "violar a lei", ao apresentar-se como um local oficial da cadeia norte-americana para aumentar as suas vendas, disse à imprensa o presidente da Câmara das Indústrias do Irão, Ali Fazeli.

O estabelecimento comercial não tinha nenhuma relação com a KFC, conforme afirmado por fontes iranianas e pela própria empresa norte-americana que, em comunicado, disse que não têm nenhum interesse em entrar no mercado iraniano. 

Lusa/SOL