Há um ano, um surto de 'legionella' no concelho de Vila Franca de Xira, com maior incidência nas freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa, causou 14 mortos e registou mais de quatro centenas de casos.
"O risco de doença dos legionários existe sempre. Todos os anos temos cerca de 100 casos, todos eles quase sempre esporádicos. É natural que os serviços de urgência quando recebem casos graves de pneumonia façam testes para ver se há ou não doença dos legionários. Durante este ano houve aumento de notificação, mas todos são casos esporádico, não sob a forma de surto", afirmou o diretor-geral da Saúde aos jornalistas, à margem de uma conferência em Lisboa.
Francisco George sublinhou "a rapidez de resposta dos serviços de saúde" no caso de Vila Franca de Xira, que foi o segundo maior surto mundial de "legionella".
"Vivemos uma situação grave, a segunda maior epidemia de sempre na história mundial de doença dos legionários, com 403 casos confirmados e 14 óbitos. Foi uma situação de grande gravidade que impos a reorganização do parque hospitalar em Lisboa, que teve um empenho magnífico", afirmou.
Sobre uma eventual demora da justiça no caso do surto de Vila Franca, a que aludiu o antigo Presidente da República Jorge Sampaio numa conferência nas comemorações Dia do Instituto Nacional de Saúde, o diretor-geral da Saúde recusou pronunciar-se, adiantando apenas estar "solidário com a população das freguesias atingidas".
Um ano depois de um surto de 'legionella' ter afetado o concelho de Vila Franca de Xira, as vítimas, que viram a sua vida mudar totalmente, continuam a aguardar que a justiça descubra os responsáveis.
Passado um ano ainda decorre um inquérito no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Lisboa Norte-Vila Franca de Xira.
Numa resposta enviada à agência Lusa, fonte do Ministério Público (MP) adiantou que "os trabalhos já se encontram numa fase avançada" e que ali deram entrada 211 queixas de lesados diretos e de familiares das vítimas.
Lusa/SOL