O rating ficou em ‘BBB Baixo’, um nível de risco ainda adequado para investimento. Já o outlook (a perspectiva de revisão do rating no futuro) manteve-se também em estável.
Em comunicado, a agência justifica a manutenção do rating com com a melhoria do perfil de crédito de Portugal nos últimos anos e a redução dos desequilíbrios orçamentais e externos. “Portugal está a beneficiar de uma recuperação económica em curso, da redução continuada do défice orçamental e de um declínio incipiente no rácio da dívida pública”.
Embora considera que os resultados das eleições aumentaram a incerteza política, “a DBRS não espera um regresso aos grandes desequilíbrios orçamentais e acredita que os riscos permanecem globalmente equilibrados”.
Contudo, a avaliação de Portugal poderá sofrer uma “pressão negativa” se houver um “enfraquecimento do compromisso político com políticas económicas sustentáveis”, se houver um crescimento mais fraco do que o esperado que conduza a uma dinânica negativa da dívida pública ou se as incertezas políticas persistirem.
O rating da DBRS é importante para Portugal. Entre as quatro agências de rating internacionais que analisam a dívida soberana nacional, a canadiana é a única que mantém Portugal num nível não especulativo, que dá acesso ao financiamento do BCE.
O banco central tem em curso um programa de compra de dívida pública que alivia os juros da dívida, ao qual Portugal poderia não ter acesso sem a notação da DBRS. Além disso, os bancos deixariam de poder usar a dívida pública portuguesa como garantia dos empréstimos que vão buscar ao banco central.