Caldeira Cabral diz que salário mínimo de 530 euros em 2016 ‘é possível’, mas não a 1 de janeiro

O economista e deputado socialista Manuel Caldeira Cabral defendeu hoje que o aumento do salário mínimo nacional (SMN) para os 530 euros em 2016 “é possível”, mas “não significa que seja a 01 de janeiro”. 

Em entrevista à Antena1/Económico, o economista socialista disse que é possível aumentar o salário mínimo para 530 euros em 2016 como prevê a proposta de programa de Governo do PS, o que não significa que seja logo a 01 de janeiro.

O PS compromete-se a aumentar o salário mínimo nacional progressivamente de forma a que este atinja os 600 euros em 2019, que após os 530 euros em 2016, deverá atingir os 557 euros em 2017, os 580 euros em 2018, antes de chegar aos 600 euros em 2019.

O economista socialista defendeu que aumentar imediatamente o salário mínimo nacional para os 600 euros, como propôs o PCP e a CGTP, "teria efeitos negativos em alguns setores", advogando que seja implementado "de forma faseada".

"[Em] qualquer das formas terão de ser introduzidas medidas que compensem esta alteração", argumentou Caldeira Cabral, que já disse estar disponível para integrar um eventual executivo socialista.

O economista acredita que um Governo PS, apenas com apoio parlamentar do BE e do PCP, "é suficiente para os investidores estrangeiros confiarem em Portugal", porque "os investidores sabem que o PS tem políticas macroeconómicas estáveis".

Para Caldeira Cabral, a eventual reversão das privatizações nos transportes também não vai assustar os investidores.

"A intenção é para avançar [a reversão], mas vai ser avaliada caso a caso" e o economista — apontado como potencial ministro da Economia de um possível governo PS – acredita que será necessário tentar fazê-lo sem custos elevados.

Em relação à privatização da TAP, Caldeira Cabral acredita que "será possível chegar a um consenso [para a reversão do capital] sem hostilizar os privados", o consórcio Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman.

Questionado sobre os acordos celebrados à Esquerda, entre o PS, PCP, Verdes e Bloco de Esquerda, o economista disse compreender os receios em relação a uma eventual fragilidade, realçando que "os partidos da coligação compreenderam que todos serão muito penalizados se isto correr mal". 

Lusa/SOL