No PGA Catalunya Resort, em Girona, aquele que é considerado o melhor golfista português de sempre já tinha avisado ontem, na sua conta no Facebook, que depois do cartão de 75 pancadas, 3 acima do Par do difícil Stadium Course, o objetivo era aproveitar hoje o mais benigno Tour Course para recuperar a distância perdida.
E se bem o pensou, melhor o concretizou, com uma segunda volta de 63 pancadas, 7 abaixo do Par, o melhor resultado do dia entre os 156 participantes, só igualado pelo argentino Estanislao Goyá (tal como ele, um antigo campeão do Madeira Islands Open BPI) e o inglês Chris Hanson.
É preciso recuarmos a fevereiro de 2014, no Africa Open, para vermos um resultado melhor do que este da autoria de Ricardo Santos, na altura um 62 (-9)!
"Hoje foi um dia sólido, joguei muito bem do tee ao green e o putt hoje também esteve muito bem", comentou o algarvio de 32 anos.
Num ápice, saltou do 133º posto empatado para o grupo dos 29º classificados, com um agregado de 138 (-4), ficando a apenas 1 do tal top-25.
Só poderá ser positivo verificar que todo o trabalho efetuado no jogo curto e nos greens nas semanas anteriores a viajar a Espanha, está agora a dar os seus frutos. Em declarações ao site especializado “Golftattoo”, reforçou a mensagem que já tinha deixado no Facebook: "Tive mais oportunidades de birdie e “patei” muito bem". E espeficiou que "amanhã jogo as 9h30, de novo no Tour Course, para lutar por mais uma boa volta".
Essa boa memória de tantos birdies (8) poderá ser importante para amanhã, já que outro bom resultado poderá garantir-lhe virtualmente a passagem do cut para os 70 primeiros e empatados aos 72 buracos. Seria importante para Ricardo Santos ir para a quarta volta, no complicado Stadium Course numa posição confortável.
Essa sorte não terá Filipe Lima, que amanhã volta a jogar no Stadium Course e hoje não conseguiu aproveitar o Tour Course para subir significativamente no leaderboard.
O português de 33 anos igualou o Par-70 do campo e ascendeu apenas do 108º ao 105º lugar empatado, com um total de 144 (+2).
Se Santos já pensa no top-25, Lima tem de preocupar-se ainda primeiramente com o top-70 do cut que neste momento está fixado em -1.
Na volta de hoje, conseguiu finalmente concretizar os seus primeiros birdies (3), mas também sofreu 1 bogey e 1 duplo-bogey.
Note-se que o português residente em França está, naturalmente, preocupado com os atentados terroristas em Paris, onde tem família e amigos, e ele, que tão poucas vezes recorre às redes sociais, deixou ontem uma significativa mensagem: "Atualmente em Espanha, os meus pensamentos estão neste momento em Paris e os meus sentimentos (vão para) as vítimas, as (suas) famílias e amigos, aos parisienses".
O European Tour decretou um minuto de silêncio antes do início da volta e fora disponibilizados laços negros no tee do buraco 1 para os jogadores que desejassem solidarizar-se com as vítimas e luta contra o terrorismo.
Os líderes da Final da Escola de Qualificação, no final da segunda de seis voltas, são o italiano Filippo Bergamaschi e o austríaco Lukas Nemecz, ambos com 132 (67+65), -10.
Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.