"O mundo inteiro deve participar neste combate, mas nós devemos dirigi-lo", declarou num discurso em Nova Iorque, apelando em simultâneo aos aliados europeus e árabes dos Estados Unidos a um maior envolvimento.
Clinton, que discursava no Conselho de Relações Externas (Council on Foreign Relations, um centro de reflexão), pediu uma intensificação dos ataques aéreos contra alvos do EI na Síria e Iraque, através de uma coligação mais eficaz e mais ampla, um esforço acrescido em termos de informações e a instauração de uma zona de exclusão aérea, para que o regime sírio termine o bombardeamento sobre civis.
No entanto, Hillary Clinton não apelou ao envio significativo de tropas norte-americanas para o terreno, optando por pedir um apoio acrescido às tropas locais ou da região e defendeu que os Estados Unidos devem cooperar com a Rússia para impor uma zona de exclusão aérea.
"É necessário que a Turquia pare de bombardear os combatentes curdos na Síria que combatem o EI, e se torne num pleno parceiro", declarou ainda, antes de pedir a Ancara para encerrar a sua permeável fronteira com a Síria.
A ex-secretária de Estado do Presidente Barack Obama sugeriu ainda que Arábia Saudita, Qatar e outros países devem prender os cidadãos que financiam diretamente as organizações extremistas, e que o Conselho de Segurança da ONU deve ainda atualizar a sua lista de sanções contra os "terroristas".
"Os Estados Unidos devem trabalhar com a Europa para melhorar imediatamente a partilha e a coordenação em termos de informações", prosseguiu a antiga chefe da diplomacia de Washington.
"Os países europeus por vezes não emitem alertas entre si quando detetam um presumível 'jihadista', ou quando é roubado um passaporte", sublinhou.
"Muitas vezes as ligações não são feitas. Sei até que ponto é duro, mas isso deve mudar", acrescentou.
Ao evocar ainda o problema das comunicações cifradas utilizadas pelos grupos 'jihadistas', pediu a Silicon Valley "para não encarar o governo como um adversário" e "desenvolverem soluções que assegurem a nossa segurança e protejam a nossa vida privada".
Hillary Clinton também insistiu que os muçulmanos comuns não podem ser considerados uma ameaça.
"Estamos numa luta de ideias, contra uma ideologia de ódio, e devemos vencer. Mas sejamos claros, o islão não é o nosso adversário", declarou ainda.
Lusa/SOL