Em primeiro lugar, a existência de baixos níveis educacionais na área da alimentação e nutrição. Evidências sugerem que o aumento do consumo de frutas e hortícolas e a ingestão equilibrada de carne, é uma estratégia prática e eficaz para reduzir a incidência de doenças crónicas. É importante saber reconhecer o valor nutricional da ingestão adequada (quantidade e frequência) de carne vermelha como fonte de proteína e de vitaminas do grupo B, ferro e zinco, necessários à manutenção de bons níveis de saúde.
Em segundo lugar, por ser um problema de segurança alimentar. A carne processada é obtida através de salga, cozedura, secagem, maturação, fumagem ou outros processos necessários para realçar o sabor ou melhorar a conservação, podendo ser utilizadas no processamento carnes vermelhas, brancas, fígado ou sangue.
Existem correntemente, nas carnes processadas, aditivos alimentares cuja utilização está regulamentada por legislação própria, tanto em Portugal como em todos os países da União Europeia. São as consequências resultantes, da utilização dessas substâncias que levaram a AIIC a colocar os produtos cárneos na Lista do Grupo 1, considerando-os carcinogéneos para o homem; o que vai conduzir necessariamente a uma limitação, quanto à utilização de alguns aditivos alimentares pela indústria alimentar.
Em terceiro lugar, pela dimensão do impacto económico na indústria das carnes e produtos cárneos resultante da redução do consumo deste tipo de alimentos assim como dos custos inerentes à adaptação tecnológica face a futuras recomendações, que venham a ser colocadas quanto à limitação de utilização desses aditivos.
Estudos recentemente publicados, revelam que extratos de plantas comestíveis são fontes de antioxidantes naturais e podem ser utilizados como conservantes em produtos cárneos. Serão então, os substitutos dos atuais aditivos? O futuro o dirá
*Diretor do Curso de Ciências da Nutrição da Universidade Lusófona.