“Admiro os textos de Tennessee Williams, a sua poesia e o seu lado negro, esta coisa meia selvagem em que as personagens estão aprisionadas, em constante luta. Adoro a delicadeza com que as trata, a construção das cenas. Trabalhar estes textos é fantástico. Parece que o autor nos está a ensinar como se constrói uma cena”, diz ao SOL Sandra Faleiro, contando que esta encenação partiu de um convite lançado por Cucha Carvalheiro, a que Sandra disse logo que sim, até porque já conhecia bem a peça. Tinha-a feito como atriz, interpretando Laura, não só quando era estudante, no Conservatório, como numa encenação de Diogo Infante, no Nacional, há mais de 20 anos. Esta foi a oportunidade de pegar no texto e vê-lo com outros olhos.
“É um clássico, é universal, é atual. Fala das relações humanas, do amor entre a mãe e os filhos, de uma família disfuncional, como são todas. E de um mundo que está em grande depressão, como está agora e esteve sempre”, diz Faleiro sobre a mais autobiográfica peça do dramaturgo norte-americano, que o catapultou para a fama. “Gosto muito desta história. E gostei muito de a contar”.