Quando tinha apenas quatro dias de vida Lily-Grace Hooper sofreu um derrame cerebral que acabou por lhe provocar cegueira no olho direito. No mês de abril, a menina começou a utilizar a bengala que um instituto de solidariedade para crianças cegas lhe tinha oferecido no início do ano, o que lhe permitiu ser mais independente.
No entanto, o estabelecimento de ensino que frequenta, Hambrook Primary School, uma escola primária localizada na cidade inglesa de Bristol, impediu-a de usar a bengala porque poderia fazer com que os outros alunos e professores tropeçassem.
Em alternativa, a direção propõe que Lily-Grace seja sempre acompanhada por um adulto, medida com a qual a mãe, Kristy Hooper, não concorda. É uma ideia "ridícula: se tirassem uma bengala a um adulto, seria discriminação. O mesmo acontece aqui", considerou ao diário.
A mãe da menina receia que a companhia de um adulto possa levá-la a afastar-se das outras crianças e a perder a independência conquistada com o uso da bengala – que se “tornou uma extensão do branco” da criança.
"Lily-Grace adaptou-se à bengala muito rapidamente e precisa dela para ir para a escola, para andar no recreio ou apenas para ser capaz de circular. E a saúde e segurança da minha filha? Esta é uma escola boa, mas este é um conselho muito mau", desabafou a mãe.
A diretora do estabelecimento de ensino, Jo Dent, disse que "o departamento de mobilidade da escola levantou as questões de saúde e de segurança em volta da nova bengala devido a uma recente avaliação de riscos".
Dent acrescentou que espera discutir a questão com a mãe de Lilly-Grace, e que "a estudante não foi proibida de trazer a bengala: simplesmente pedimos que não a use na escola como uma medida temporária, até termos hipótese de nos reunirmos com os pais e discutir a situação".
Por seu lado, Kristy Cooper assegura que o facto de a filha se deslocar com a bengala nunca causou problemas aos outros alunos, e que os pais se têm “mostrado muito compreensivos”.
Geoff Cox, diretor da Health and Safety Executive, organização independente para temas relacionados com a segurança, saúde e doença no trabalho, criticou a decisão da direção do estabelecimento: “Não existe nenhum regulamento, sobre a saúde e a segurança, que proíba uma criança de usar uma bengala na escola – ou em qualquer outro sítio”, revelou ao mesmo diário.
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