Final da Escola de Qualificação do European Tour | Filipe Lima em grande só ficou a 1 pancada de subir de divisão

Filipe Lima obteve hoje o terceiro melhor resultado do dia na Final da Escola de Qualificação, em Espanha, e foi por uma única pancada que não alcançou o objetivo de integrar o top-25 que ascendeu ao European Tour.

É por um “shot” que não fará companhia a Ricardo Melo Gouveia na época de 2016 e que não jogará uma sétima temporada ao mais alto nível, o que seria um recorde nacional.

No sempre difícil Stadium Course do PGA Catalunya Resort, em Girona, o nº 3 de Portugal cometeu a proeza de cumprir a última volta em 68 pancadas, quatro abaixo do Par. Não fosse um bogey no buraco 17 (o seu 8º, dado ter começado do décimo) e teria terminado no grupo dos 24º classificados com um total de sete abaixo do Par.

Foi o segundo ano consecutivo em que um português falhou o apuramento para a primeira divisão europeia por uma simples pancada na Final da Escola de Qualificação, na Catalunha, depois de o mesmo ter sucedido a Ricardo Melo Gouveia em 2014. O mesmo “fado” tinha batido à porta de Tiago Cruz em 2007!

Mas, voltando à jornada de hoje, sempre corajoso, como é seu timbre, o português residente em França – que no início da semana sentiu-se visivelmente afetado pelos ataques terroristas em Paris – ainda teve força anímica para somar birdies nos buracos 4, 6 e 7 (para juntar aos carimbados anteriormente no 12 e no 15), para “morrer afogado na praia” com um agregado de 422 (-6).

Partiu para a última volta no 56º lugar e terminou no 28º empatado. Melhor do que ele, hoje, só o sul-africano Justin Walters (67 pancadas), um antigo vice-campeão do Portugal Masters, e o galês Stuart Manley (66).

Dos dois portugueses que jogaram a Final da Escola, Filipe Lima foi o único a conseguir bater o Par-72 do desafiante Stadium Course, dado que, Ricardo Santos, eliminado aos 72 buracos, jogara em 75 e 74. Lima, por seu lado, assinou 74 no primeiro dia, 72 no terceiro e agora 68 no sexto. Pelo meio ficaram cartões de 70 (Par) e 66 (-4) ao mais acessível Tour Course.

No início desta Final, havia a hipótese de Portugal ter, em 2016, pela primeira vez na história do seu golfe, três jogadores a disputarem o European Tour e hoje foi por muito pouco que não se repetiu a proeza de 2014, quando Ricardo Santos e Filipe Lima competiram em simultâneo entre a elite europeia.

Assim sendo, Ricardo Melo Gouveia será o único, dado que, a Categoria-18 com que ficará Filipe Lima não deverá permitir-lhe entrar senão em um ou dois torneios na próxima época.

Em contrapartida, como este ano encerrou a temporada no 51º posto da Corrida para Omã, o português de 33 anos irá ter entrada em todos os torneios da segunda divisão europeia em 2016 e poderá ser um dos favoritos, uma vez que foi 2º desse ranking do Challenge Tour em 2009 e 2013.

Lima jogou seis anos no European Tour e sabe que poderá regressar a esse nível. Recorde-se que antes de viajar a Espanha, disse ao Gabinete de Imprensa da Federação Portuguesa de Golfe:

«Passei um ano difícil. Fui operado às costas no ano passado e as coisas não me correram muito bem este ano. Para o ano sei que posso jogar no Challenge Tour. Um dos meus objetivos este ano era esse. Sabia que era possível conseguir o cartão do European Tour via Challenge Tour, mas era difícil, depois de sete meses sem jogar. Era preciso ver como as costas iriam aguentar este ano, não tenho dores e já consegui uma categoria completa para o Challenge Tour do próximo ano. Isso era o mais importante».

Quanto a Ricardo Santos, também poderá jogar no Challenge Tour em 2016, circuito em que foi o 4º do ranking em 2011, mas, antes disso, ainda irá tentar a sua sorte, em janeiro, na Escola de Qualificação do Asian Tour.

A Final da Escola de Qualificação do European Tour terminou com três jogadores empatados no 1º lugar com 410 (-18): o espanhol Adrian Otaegui, o sul-africano Ulrich van den Berg e o norte-americano de origem sul-coreana Daniel Im.

Os resultados e classificações dos portugueses na Final da Escola de Qualificação do European Tour foram os seguintes:

28º (empatado) Filipe Lima (Very Important Portuguese), 422 (74+70+72+66+72+68), -6

92º (empatado) Ricardo Santos (Oceânico Golf), 286 (75+63+74+74), +2

 

Artigo escrito por Hugo Ribeiro ao abrigo da parceria entre a Federação Portuguesa de Golfe com o Jornal SOL.