Volkswagen corta mil milhões de euros em investimento

A Volkswagen anunciou esta sexta-feira um corte de investimento de mil milhões de euros no próximo ano, um corte de 8% para um total de 12 mil milhões. Há projetos de fábricas e desenvolvimento de produtos que ficam parados.

O grupo alemão liderado por Matthias Müller já começou a definir estratégias concretas e locais de maior ou menor investimento. Em comunicado, a Volkswagen explica que metade do investimento total de 12 mil milhões de euros será canalizada para as 28 fábricas do grupo na Alemanha.

No entanto, mesmo na Alemanha há projetos que ficam parados, como um novo centro de design em Wolfsburgo, a sede da Volkswagen. Esse adiamento permite uma poupança de 100 milhões de euros, segundo a nota de imprensa do grupo. A contrução de novas instalações de pintura no México também será revista.

Um dos principais focos, com um acréscimo de 100 milhões de euros de investimento, estará nas novas tecnologias à base de energias renováveis. “Desenvolver rapidamente sistemas elétricos para os carros de passageiros da Volkswagen, Audi e Porsche. Ou seja, Seat e Skoda não estão particularmente contempladas neste capítulo.

Quanto a veículos convencionais, o grupo germânico destaca a aposta no desenvolvimento do novo VW Golf, do Audi Q5 e da fábrica que vai produzir a nova carrinha comercial VW Crafter, na Polónia.

Apesar do interesse em produzir mais veículos elétricos, um dos primeiros a serem anunciados pouco depois de rebentar o escândalo das emissões poluentes dos carros VW, afinal não vai existir. Trata-se do novo VW Phaeton, um veículo de luxo que passaria a ser totalmente elétrico, segundo informações do grupo em outubro, que um mês depois é colocado de lado segundo o comunicado divulgado esta sexta-feira.

A Volkswagen destaca ainda que está, em conjunto com os representantes dos trabalhadores, a “fazer todos os esforços possíveis para manter a força de trabalho” inalterada.

O que também continua previsto tal e qual como estava planeado desde o ano passado são os investimentos na China, através de joint-ventures com fabricantes do país asiático. Segundo o comunicado da Volkswagen, o investimento de 4,4 mil milhões de euros em 2016 vai manter-se e será financiado pelo capital próprio de cada joint-venture.

A Volkswagen continua a braços com a maior crises das suas oito décadas de história. Primeiro foi o escândalo das emissões falseadas que afeta 11 milhões de carros em todo o mundo, 125 mil destes em Portugal. Depois há ainda o caso mais recente dos 800 mil carros que têm emissões de CO2 incorretas.

emanuel.costa@sol.pt