Presidente eleito da Argentina promete ‘maravilhosa’ nova era

O líder da aliança Cambiemos, Mauricio Macri, prometeu o início de uma “maravilhosa” nova era para a Argentina, após vencer a segunda volta das eleições presidenciais de domingo, de acordo com os resultados parciais.

"É um dia histórico, uma mudança de era que vai ser maravilhosa", afirmou Mauricio Macri, dirigindo-se aos seus apoiantes, depois de o seu rival, Daniel Scioli, candidato da coligação Frente para la Vitoria que é apoiado pela chefe de Estado cessante, Cristina Kirchner, ter reconhecido a derrota.

"Estou aqui porque vocês decidiram", realçou Macri, visivelmente emocionado e que, diante de mais de 7.000 pessoas, agradeceu aos seus apoiantes por terem "acreditado que juntos" podem construir a Argentina sonhada.

Trinta e dois milhões de argentinos foram chamados a votar na segunda volta das presidenciais, depois de na primeira volta, a 25 de outubro, Daniel Scioli ter obtido 37,08% dos votos e Mauricio Macri 34,15%.

Na Argentina, onde se realizou pela primeira vez, desde a reforma eleitoral da década de 70, uma segunda volta nas eleições presidenciais, o voto é obrigatório.

A taxa de participação rondou os 78%.

Kirchner felicita Macri por vitória e convoca-o para reunião

A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, telefonou, este domingo, a Mauricio Macri para o felicitar pelo seu triunfo na segunda volta das eleições presidenciais e convocou-o para uma reunião na terça-feira.

Segundo fontes governamentais citadas pela agência oficial Télam, Cristina Kirchner manteve uma breve conversa ao telefone com o líder conservador da aliança Cambiemos que, quando estavam escrutinadas 97,10% das mesas, tinha 51,65% dos votos.

Kirchner, que deixará a presidência nas mãos de Macri no próximo dia 10 de dezembro, após oito anos no poder (2007-2015), também felicitou a mulher do Presidente eleito, Juliana Awada.

A chefe de Estado argentina convocou Macri para uma reunião em Olivos, a residência oficial, na periferia da capital, Buenos Aires.

Segundo as mesmas fontes citadas pela agência, na conversa ao telefone, Macri felicitou, por seu lado, a Presidente argentina pela "jornada eleitoral exemplar".

Cristina Kirchner recebe hoje, também em Olivos, Daniel Scioli, que deixará também, no próximo dia 10 de dezembro, o seu atual cargo como governador da província de Buenos Aires.

Mais de 50 denúncias contra Kirchner por alegada violação da lei eleitoral

As autoridades eleitorais da Argentina analisam 53 denúncias contra a Presidente cessante, Cristina Kirchner, por alegada violação da proibição de declarações políticas em vigor durante eleições, informam meios de comunicação locais.

Também estão a ser investigadas nove denúncias contra o candidato derrotado da Frente para la Victoria, Daniel Scioli, apoiado por Cristina Kirchner, e uma contra Mauricio Macri, que venceu a segunda volta das presidenciais de domingo, por atos ou declarações de caráter político durante o período de interdição.

A Presidente argentina falou, este domingo, durante cerca de 30 minutos, com os meios de comunicação social, após depositar o seu voto, na localidade patagónica de Río Gallegos, para reivindicar as conquistas dos 12 anos de administração Kirchner.

No caso de Scioli, as denúncias centram-se na caminhada que realizou pelo cinturão de Buenos Aires em vésperas das eleições; enquanto no de Macri estão em causa os 'slogans' que os seus simpatizantes gritaram no momento em que votava.

A governadora eleita da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, também foi alvo de uma denúncia por uma caminhada pública que fez na sexta-feira.

As autoridades eleitorais receberam outras 200 denúncias relativas a distintas irregularidades detetadas durante a jornada eleitoral de domingo.

A legislação argentina proíbe a realização de atos públicos de proselitismo e a publicação e difusão de sondagens 48 horas antes do início das eleições e até ao seu encerramento.

Lusa/SOL