Segundo vários estudos sobre mobilidade urbana, a utilização de um carro em sistema de carsharing substitui entre quatro a 10 carros a circular na cidade. Com a questão da sustentabilidade ambiental nas agendas, os debates para reduzir o número de carros nos centros urbanos e a sua consequente pegada ecológica estão na ordem do dia. E desde 2013, para além dos transportes públicos, táxis e até da muito questionada Uber, há outra maneira de se mover na cidade de Lisboa (e também para fora dela).
Pierre e a mulher acabaram de encontrar o seu carro da Citydrive, uma das entidades que fornece o serviço de carsharing em Lisboa – a Hertz Portugal, o Automóvel Clube Portugal e o sistema de carsharing AEIST também fazem parte deste rol. Com eles está o filho de 16 meses e os sogros. Este casal francês mudou-se para o Príncipe Real, em Lisboa, há apenas uns meses e comprar um carro não está no seu horizonte. “Quando chegámos ainda pensámos em alugar um, mas a verdade é que este sistema é muito melhor. Usámo-lo regularmente, é rápido e fácil”, asseguram. Durante a curta conversa, instalam a cadeirinha do bebé e estão prontos a seguir viagem. Para Rui Avelãs, vice-presidente da Mobiag, a comodidade, rapidez e preço são as grandes vantagens deste serviço que já dispõe de uma frota de 50 carros (que será aumentada até Dezembro), e estatísticas que contam mais de 550 mil horas conduzidas e mais de 500 mil quilómetros percorridos.
Para aceder a qualquer um destes veículos basta instalar no telemóvel a aplicação de qualquer uma das entidades a operar neste ramo. Será através do telemóvel que os usuários conseguem encontrar também os veículos mais perto de si, abrir o carro e pagar o serviço, que pela Citydrive (a líder deste mercado) custa 9.90€ a hora e 29 cêntimos cada minuto extra. Gasolina e seguros também estão incluídos. Os utilizadores podem ainda estacionar o carro em parques ou na via pública sem pagar parquímetros, o que segundo a entidade responsável por este sistema de carsharing torna esta modalidade de transporte cerca de 40% mais barata do que outras soluções equivalentes. E em Lisboa, ao contrário do que acontece noutras cidades europeias, não é preciso ir buscar ou levar o carro a locais específicos. O utilizador pode deixar o carro onde lhe der mais jeito e ver na aplicação qual o veículo mais perto de si. “E durante a noite nós fazemos relocalizações de carros para zonas que têm mais procura”, realça o vice-presidente da Mobiag, empresa que já está também presente em vários países da Europa e na América Latina. “E sim, um utilizador da Citydrive em Lisboa pode usar o mesmo serviço em Itália ou no Brasil”. A operadora espera em 2016 estar presentes em 12 países e atingir um universo global de 50 mil utilizadores.