Hollande defende ‘grande coligação’ contra jihadistas

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje estar disponível para “cooperar” na Síria, em resposta ao seu homólogo francês, François Hollande, que apelou em Moscovo para a criação de uma “grande coligação” contra o grupo extremista Estado Islâmico.  

"Devemos fazer essa grande coligação para atacar o terrorismo (…), para que todos os países atuem contra o terrorismo e contra o Daesh [acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico (EI)]", declarou Hollande, no início do encontro com Putin na capital russa.

"É por isso que estou em Moscovo: para determinar como podemos agir e coordenar a nossa ação para atingir este grupo terrorista", prosseguiu o chefe de Estado francês.

Em resposta, Vladimir Putin afirmou estar "disponível para essa cooperação", acrescentando que uma coligação é "absolutamente necessária" e que as posições de Paris e de Moscovo coincidem sobre a necessidade "de unir esforços na luta contra um mal comum".

O chefe de Estado francês, que terminou na capital russa uma intensa semana de contactos diplomáticos, disse ainda a Putin que é tempo dos países "assumirem responsabilidades".

A Rússia defendeu em finais de junho a criação de uma coligação antiterrorista alargada que incluísse o Irão, a Turquia e os países árabes para combater o EI na Síria.

Mas, a proposta russa encontrou alguma resistência por parte do Ocidente e dos países árabes, que manifestaram-se relutantes em aliar-se ao regime de Damasco, um parceiro tradicional de Moscovo.

Em apoio à luta do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, contra o terrorismo, Moscovo iniciou ataques aéreos em território sírio a 30 de setembro.

Na sequência dos mortíferos atentados do passado dia 13 de novembro em Paris, reivindicados pelo EI, a França anunciou esta semana que pretende criar uma grande coligação contra o EI, que integre as forças de vários países, nomeadamente Estados Unidos e Rússia.

O projeto desta grande coligação poderá ser abalado pelo abate, na terça-feira, de um caça-bombardeiro russo pela Turquia, país da NATO e membro da coligação anti-'jihadista', na fronteira com a Síria.

Segundo Ancara, o SU-24 russo violou o espaço aéreo turco dez vezes num período de cinco minutos ao longo da fronteira com a Síria, ignorando todas as advertências.

A par de Vladimir Putin, o chefe de Estado francês encontrou-se durante esta semana com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, com o seu homólogo norte-americano, Barack Obama, com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o chefe do Governo italiano, Matteo Renzi.

Lusa/SOL