O assunto voltou a destacar-se no debate entre as principais candidaturas às legislativas espanholas, organizado pelo jornal El País, e em que estiveram presentes os representantes do PSOE (centro esquerda), Ciudadanos (direita) e PODEMOS (esquerda). Ficou deliberadamente de fora o primeiro-ministro Rajoy, do PP (direita), pouco dado a debates.
Claro que os tribunais (no caso, o Supremo), julgo consoante a Lei e a Constituição. Mas este é obviamente um caso político, que tem de ser tratado através de encontros e entendimentos, e não de sentenças fechadas e atiradas a esmo.
Claro que Rajoy foi o bombo da festa no debate, e responsabilizado por todas as iniciativas independentistas (dos 3 debatentes, apoiadas apenas pelo líder do PODEMOS). De facto, elas foram-se generalizando, desde que ele recusou negociar com as autoridades regionais da Catalunha, mesmo o financiamento autonómico, mesmo há muitos anos atrás (quando a Catalunha, ao contrário do País Basco, é forçada a entregar ao resto de Espanha grande parte dos seus impostos, e queria apenas diminuir este encargo – nem sequer ao ponto neutro dos Bascos, talvez beneficiados pelo terrorismo, que pelos vistos é preferido pelo PP a soluções democráticas ou negociadas que o contrariem).
Por mim, gostaria de ver as autoridades espanholas respeitarem mais as vias democráticas do que as intransigências centralistas castelhanas ou o terrorismo. E não tenho nada, contra ou a favor, do processo catalão. Limito-me a desejar um melhor governo aos nossos vizinhos espanhóis. Esperemos então pelas eleições. Mas valerá a pena esperar (ou vai ganhar o mais envolvido em ação desagradável, como parece ter acontecido cá no Montepio?).