Segundo esta DECO (Defesa do Consumidor), as maiores empresas nacionais teriam aumentado os preços nas vésperas da dita 6ª-feira (a penúltima), para depois fingirem que os baixavam muito no dia anunciado. E os consumidores, sempre desatentos a estas coisas, sempre de cartão multibanco em punho (quando o têm e podem), lá desataram no consumismo desenfreado que a iniciativa pretendia efetivamente promover. Caíram que nem patinhos. E eu talvez só não tenha caído, por falta absoluta de dinheiro para estes devaneios.
No fundo, nem tenho muita pena dos prejudicados. Primeiro, suponho que podem dar-se ao luxo de serem assim prejudicados, porque o cartão de compras lhes funciona na perfeição.
E depois, porque me irrita esta tendência nacional para abraçar qualquer estrangeirismo despesista. Já o Dia dos Namorados, que nunca existiu no meu tempo, e cheguei a pensar ser uma invenção do Corte Inglês quando vivi em Espanha, é para isso que serve: despesa. E outros dias quejandos.
Imagino que a DECO tem razão. A coisa deve mesmo ter sido fraudulenta. Mas os enganadostalvez o tenham merecido. E os enganadores talvez precisassem mesmo de poder assim enganar uns quantos desprevenidos para acomodarem as suas contas. Talvez tenha sido afinal uma forma de redistribuir dinheiro e garantir mais empregos no comércio.