Grupo do Correio da Manhã continua impedido de escrever sobre Sócrates

Os jornais e revistas do grupo Cofina vão continuar proibidos de escrever sobre José Sócrates e a Operação Marquês. Depois da providência cautelar interposta pelo ex-primeiro-ministro há dois meses, o jornal deduziu oposição, mas o tribunal decidiu agora manter a decisão inicial.

Em outubro, o grupo que detém 28 títulos, entre os quais o Correio da Manhã, a Sábado e a CMTV,  foi notificado de uma providência cautelar movida por José Sócrates e deferida pelo Tribunal Cível de Lisboa para impedir que fossem publicadas notícias sobre o processo que envolve o ex-primeiro-ministro.

Segundo determinou o tribunal, por cada infração a esta decisão teriam de ser pagos pela Cofina dois mil euros. Além deste valor, ficou decidido que cada jornalista que escrevesse notícias sobre o tema fica obrigado a pagar 500 euros.

Ainda de acordo com a providência cautelar, os dois jornalistas do CM que se constituíram assistentes neste processo – e que por isso tiveram acesso aos autos ao mesmo tempo que os arguidos – ficarão sujeitos a multas de mil euros por cada infração, independentemente de assinarem ou não os artigos.

A proibição chegou em poucas horas à imprensa internacional, tendo sido destacada sobretudo em Espanha.

A decisão foi da juíza Florbela Moreira Lança, da 1.ª Secção Cível da Instância Central de Lisboa e foi tomada sem direito de audição prévia dos visados – o que a magistrada justificou na altura alegando que tal daria tempo aos títulos da Cofina para continuarem a publicar informações sobre a Operação Marquês.

A notícia da proibição chegou em poucas horas à imprensa internacional, tendo sido destacada sobretudo em Espanha.

Numa decisão proferida no início desta semana – já depois de deduzida a oposição – , a magistrada vem reforçar a proibição: “Julgo a oposição improcedente, mantendo-se as providências decretadas na decisão proferida em 23 de Outubro”

carlos.santos@sol.pt