Secretas na trombeta

Nunca morri de amores por aquele Jorge Silva Carvalho que saiu das Secretas para a Ongoing, aparentemente à procura de um Brasil enriquecedor (e, de facto, a Ongoing, até para o Brasil estava a ir na altura), e depois levou com a falência da Ongoing em cima, e quis voltar para as Secretas.

Os tribunais nacionais, peritos em defenderem sempre o mau e penalizarem a vítima, decidiram obrigar-nos a nós, contribuintes, a sustentarmos principescamente este Silva Carvalho, com um ordenado topo do Estado (e sei lá que mordomias mais). Ele nem sequer é muito competente, se não teria percebido que a Ongoing não tinha grande futuro. Não percebeu isso, nem com as informações confidenciais que possuía nas Secretas.

E agora pôs a boca no trombone, aparentemente para ver se abala o Estado, e se safa numjulgamento em que dificilmente me pareceria dever safar-se (a não ser pela tal característica dos tribunais nacionais, de gostarem mais de beneficiarem osinfratores – reparem na palavra tão suavezinha – e esfanicarem as vítimas inocentes, neste caso, nós, contribuintes desprevenidos, e ainda por cima anónimos). Claro que quando fala de outros, estes o desmentem, como aconteceu com um general Carlos Chaves, ex-assessor do ex-primeiro-ministro Passos Coelho (é extraordinário, mas parece que Passos Coelho tinha assessores generais, ao ter conseguido chegar a primeiro-ministro deste desgraçado país).

E quem nos defende destes Serviços Secretos, que nem reparam numa coisa vista por todos, e falada bem alto em jornais nacionais (estou a lembrar-me de uma desenvolvida e completa reportagem do Público), como era a situação tão periclitante da Ongoing? Ou contar-se-ia mais uma vez com a cumplicidade ativa dos tribunais nacionais?