Chile. Soldado de Pinochet telefona para rádio e confessa crimes

Um homem telefonou para um programa de rádio e confessou ter participado na execução de diversas pessoas, durante a época da ditadura militar de Augusto Pinochet.

Segundo a Reuters, o telefonema ocorreu na passada quarta-feira. O ouvinte, que se identificou como Alberto, começou por falar de um caso amoroso, mas depois passou para uma conversa bem mais obscura, descrevendo como tinha assassinado várias pessoas, quando era soldado, nos anos 70.

Demonstrando poucos remorsos, o homem de 62 anos contou como levava os indivíduos para o interior do país e os baleava na cabeça.

“Da primeira vez [que matei alguém] chorei, mas o meu tenente disse: ‘Bom soldado, bom soldado, soldado corajoso’. Da segunda vez gostei”, afirmou o homem, citado pelo Guardian

Acrescentou que, por vezes, usava dinamite. “Explodíamo-los. Não sobrava nada deles. Nem sequer as suas sombras”, contou ao apresentador do programa, explicando ainda que, caso não tivesse obedecido às ordens para matar aquelas pessoas, ele próprio tinha sido morto.

Numa conversa que durou cerca de 20 minutos, Alberto disse ainda não saber ao certo quantas pessoas assassinou, mas assumiu que foram mais de dez.

A polícia chilena rapidamente identificou o ouvinte como sendo Guillermo Reyes e deteve-o na passada sexta-feira. Segundo o Guardian, foi acusado dos homicídios de Freddy Taberna Gallegos e German Palomino Lamas, ambos membros do partido socialista chileno.

A ditadura de Augusto Pinochet estendeu-se de 1973 a 1990. Estima-se que 3.200 pessoas tenham sido assassinadas e mais de 28 mil torturadas.