Mas quem esperava que ficasse conhecido o impacto que o plano de reestruturação vai ter nos trabalhadores, enganou-se. A redução de postos de trabalho está agora nas mãos de Bruxelas, não tendo sido por isso possível quantificar os cortes que poderão ser feitos.
Todas as questões relacionadas com este plano de reestruturação, nomeadamente, no que respeita à redução de pessoal ou fecho de balcões foram remetidas para a Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia.
“Este processo está agora nas mãos da Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia. E não é possível fazermos previsões do que vai ser decidido por Bruxelas”, garantiu ao i Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), um dos dirigentes que esteve presente na reunião.
“Está tudo sujeito às regras do Banco Central Europeu (BCE). É deles que estamos todos à espera. Mas certo é que provavelmente ninguém se dará por contente com o que vier de lá. Haverá espaço para negociações. Importante é não esquecer que a Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia é uma entidade com quem ninguém consegue falar”, sublinha, acrescentando que não há prazos para se saber afinal o que implica este plano de reestruturação.
“Acho, acima de tudo, que era evitável criar esta instabilidade nesta famílias, principalmente, nesta altura do ano”, afirma.
Recorde-se que desde Novembro que circula a informação de que poderão estar em causa cerca de mil postos de trabalho.
Esta reestruturação do Novo Banco faz parte da estratégia pensada para recapitalizar esta instituição. Uma resposta às necessidades de capital de 1.400 milhões de euros, que foram detectadas nos testes de stress em Novembro.
Novo Banco. Os Números
De acordo com o comunicado apresentado pelo Novo Banco em Março deste ano, a rede de balcões na actividade doméstica continuou a ser de 631. Um número que se regista desde 4 de Agosto do ano passado, aquele que foi o primeiro dia de operações após a resolução. Ou seja, o Novo Banco acabou por herdar todos os balcões do Banco Espírito Santo (BES). Mas é preciso ter ainda em conta que, na área internacional, eram 43 as unidades que se podiam contabilizar em Agosto. Já em Dezembro, a soma era de 44. Ou seja, ao todo, o grupo liderado por Stock da Cunha, ficou com 675 balcões no final de 2014.
No entanto, o facto de o Novo Banco herdar estes balcões não fez com que o número de trabalhadores se mantivesse igual. A 31 de Dezembro de 2014, contabilizavam-se 6834 funcionários. No grupo, contabilizando também as participações internacionais, terão saído cerca de 165 funcionários, deixando um total de cerca 7722 funcionários.