Captura em águas nacionais aumenta 11,4% após maratona negocial em Bruxelas

Para o próximo ano, os pescadores portugueses vão poder capturar, em águas nacionais, mais 11,4% de pescado que em 2015 – um total de 63.524 toneladas de capturas (em 2015, foram 57.016 toneladas).

Foi este o acordo obtido em Bruxelas, esta quarta-feira, após 40 horas de negociações, que tiveram início na segunda-feira de manhã e apenas terminaram por volta das 2h desta quarta-feira, refere a Lusa.

O peixe que pode ser mais capturado é o carapau – 50.839 toneladas -, seguindo-se o biqueirão (5.542 toneladas) e a pescada (3.097 toneladas). 

Relativamente ao lagostim, a quota sobe 26%, acima dos 20% inicialmente propostos pela Comissão Europeia. Quanto às raias, a quota mantém-se, quando inicialmente estava previsto um corte de 10%. O tamboril, que tinha um corte previsto de 19%, passou para 14%.

O carapau é a segunda espécie que tem o maior aumento de quota de pesca (15%) – a seguir ao lagostim – e o biqueirão é a terceira (10%).

No caso do bacalhau, há um aumento de 1% na quota, isto é, sobe para 2497 toneladas, em águas do Canadá, geridas pela Organização de Pescas do Atlântico Noroeste (NAFO). Está ainda proposto um corte de 14% na Noruega, passando para 2365 toneladas, mas que deverá ser compensado com a cedência de uma reserva de 25 mil toneladas da quota global de verdinho.

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que representou Portugal no Conselho de Ministros das Pescas da UE, mostrou-se satisfeita com as negociações.

"Conseguimos um bom resultado para Portugal face à base de que partimos, que era de facto bastante má, e julgo que o resultado global deste Conselho foi conseguir para a pesca portuguesa possibilidades de pesca que, por um lado, satisfazem largamente aquilo que têm sido as capturas tradicionais do setor, e, por outro, também garantem a sustentabilidade ambiental das pescas", afirmou a ministra.