Não há clima que nos valha

Chamava-se Cimeira do Clima, mas tinha mais a ver com decisões ambientais para evitar o aumento global das temperaturas.

A Cimeira de Paris foi considerada entusiasticamente histórica, e eu não percebi porquê. Conhecendo o mundo como o vamos conhecendo, e as autoridades das nações como as vemos, uma cimeira internacional que deixa a cada um a liberdade de fazer o que quiser, pelo exemplo que esses cada um nos têm dado, não me parece levar a lado nenhum de positivo – e não sou só eu a descrer disto…

Muito bem: os países mais poluidores do mundo (China, Índia e EUA) aceitaram pela primeira vez, embora apenas de boca, a existência de problemas ambientais graves, contra os quais é preciso agir. Avanço, este reconhecimento. E nos EUA não há agora um ignorante Bush, mas um mais preparado Obama (vamos ver quem se lhe seguirá).  Outro avanço, mas relativamente independente da Cimeira. E até decidiram baixar, na Cimeira de Paris, unanimemente, o nível de aumento de temperatura previsto de 2% para 1,5%. Outro avanço, com certeza. E é nisto que os entusiastas se baseiam para manifestarem a sua visão positiva sobre o assunto.

Esperemos que chegue. E que o meu pessimismo seja uma espécie de vascopolidovalentice, sem ‘aderência à realidade’ (como agora por aí se diz muito naturalmente).