Ao SOL, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) afirma que o Algarve continua a estar na cabeça dos portugueses quando a ideia é conseguir descansar e aproveitar alguns dias com a família.
“Estamos em época baixa, mas mesmo assim em novembro tivemos aumentos na linha do que tem vindo a acontecer durante o ano. Podemos dizer que tivemos um aumento da procura de 5%, em relação ao ano passado”, adianta Elidérico Viegas, sublinhando que, apesar de o Algarve ser mais procurado nos meses mais quentes, os resultados do final do ano devem ser melhores do que em 2014 e em anos anteriores.
“Estamos com um crescimento sustentado da procura e ainda acreditamos mais que os resultados vão ser bons porque a passagem de ano se junta ao fim de semana e as pessoas acabam por ficar mais tempo”, sublinha, acrescentando que este ano há uma novidade: “Há um aumento do volume de negócios superior às taxas de ocupação. Há uma recuperação de preços. Ainda estamos longe dos números do passado, mas este aumento faz prever que, dentro de dois ou três anos, os números sejam os que já tivemos em tempos”.
Para já, a ocupação ronda os 30%, sobretudo devido à procura nacional, do mercado do Reino Unido e da Alemanha.
Segundo Elidérico Viegas, existem motivos que justificam este aumento na procura. “A desvalorização do euro fez com que os nossos preços ficassem mais competitivos. Além disso, os portugueses também se sentem menos motivados a ir para fora porque os destinos cotados pelo dólar estão agora mais caros”, avança, acrescentando, no entanto, que a estação baixa pouco conta para o resultado das empresas: “Não tem um impacto tão grande como as pessoas pensam. Os meses mais quentes continuam a ser a altura em que o Algarve recebe mais pessoas”.
Além da Madeira e do Algarve, existem destinos em Portugal que costumam fazer parte das escolhas dos portugueses nesta altura do ano. É o caso da Serra da Estrela e da região do Douro, que no ano passado registaram uma grande procura.
Férias fora de casa
Este ano, de acordo com o estudo Observador Cetelem, 15% dos portugueses vão passar férias fora no Natal ou na passagem de ano. Uma percentagem ligeiramente acima da que se registou em 2014 (11%).
Mas esta não é a única novidade. O estudo garante ainda que os portugueses que pretendem passar férias fora do país pensam gastar mais do que no ano passado. Fazendo uma média, sem contar com as gastos com prendas de Natal, os consumidores portugueses ponderam gastar, nesta altura do ano, mais 214 euros do que no ano passado.
Nos últimos anos, a falta de dinheiro era o principal motivo pelo qual as famílias adiavam a viagem de sonho ou optavam por soluções mais baratas do que as desejadas.
Mas existem os mais variados motivos para justificar esta subida na procura de viagens para fora do país. Entre os consumidores que preferem passar férias fora de casa, 12% garantem que o vão fazer para encontrar a família, enquanto 4% admite que pretende viajar e passear.
O mesmo estudo garante ainda que existem menos portugueses a apontar a falta de disponibilidade financeira como motivo para não fazer férias nesta altura. No ano passado, 33% dos inquiridos confessaram que não iam de férias no Natal ou no fim de ano por falta de dinheiro, percentagem que agora desceu para os 30%.
Os hábitos dos portugueses
Há destinos que costumam estar sempre nas preferências dos portugueses. No ano passado, a Madeira e o Algarve foram os destinos portugueses mais escolhidos. A Serra da Estrela e o Douro também estiveram em destaque. Mas existiram outros destinos, fora do país, escolhidos para ouvir as 12 badaladas. Cabo Verde e Brasil destacaram-se, assim como algumas cidades europeias como Paris. Turquia, Marrocos e Dubai registaram também uma grande procura por parte dos portugueses.
Dados da Cetelem e da Nielsen divulgados no ano passado davam conta de que um em cada dez portugueses tencionava fazer uma pausa para recarregar baterias, principalmente fora de Portugal, para visitar a família ou passear. Estava estimado um gasto de 170 euros por pessoa.
Já em 2013, a mesma análise indicava que 49% dos inquiridos manifestava falta de disponibilidade financeira para viajar, uma percentagem que caiu no ano de 2014 e que agora volta a cair.