A bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários perdeu as eleições em que tentava a reeleição para o cargo. A lista A, liderada por Jorge Cid, venceu a toda a linha num dos processos eleitorais mais concorridos dos últimos anos, deixando Laurentina Pedroso sem representação maioritária em qualquer dos órgãos da Ordem e obtendo, em muitos casos, mais do dobro dos votos da bastonária cessante.
Ontem, ao final da tarde, ainda se contavam os votos por correspondência. Quase 1600 boletins já tinham sido validados e ainda se esperava por mais participações que pudessem ter sido colocadas no correio apenas na última sexta-feira, prazo-limite para a votação.
Os resultados (quase finais) ditaram a vitória da lista A, que se opôs a Laurentina Pedroso. A bastonária falhou a reeleição para um terceiro mandato, que só seria possível em consequência de uma alteração aos estatutos – uma das cláusulas inscritas nas normas transitórias do novo documento faz tábua rasa dos mandatos cumpridos até ao momento da entrada em vigor da nova versão, permitindo, com isso, a permanência por mais dois mandatos.
No sábado, dia em que se realizaram as eleições, os médicos veterinários optaram por dar a vitória a Jorge Cid – director do Hospital Veterinário do Restelo, um dos principais do país, e presidente da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia
O futuro bastonário ganhou, de resto, com uma diferença de votos significativa em relação à lista B. Ontem, na soma dos votos para os vários órgãos da Ordem – conselho directivo, conselhos profissional e deontológico, delegações regionais, assembleia geral e conselho fiscal –, Jorge Cid tinha uma vantagem de mais do dobro sobre Laurentina Pedroso. No caso da Assembleia Geral, por exemplo, Cid somava até ontem 1094 votos, conta os 475 da lista da bastonária.
A vitória “demonstra bem que os veterinários escolheram um projecto bem estruturado, uma equipa de excelência, com bastante credibilidade nesta profissão”, considera Jorge_Cid.
As eleições foram marcadas pela contestação à forma como o processo foi conduzido. Apesar disso, os números conhecidos – que ontem davam conta de 1595 votantes, num universo de 5000 veterinários – deixavam antever que foi uma das eleições mais participadas.
Os novos órgãos deverão tomar posse daqui a um mês. Há muitas coisas que queremos mudar, nomeadamente a forma de estar e de dirigir a classe, ouvindo-a, o que era a nossa luta”, refere Jorge Cid.