«É muito duro pensar que se pode deitar tudo a perder por um dia, por um buraco ou por uma pancada», disse Susana Ribeiro ao Gabinete de Imprensa da FPG, depois de terminar no grupo das 34ª classificadas, a 2 “shots” do cut.
Na Qualificação-B que hoje terminou era forçoso integrar o top-27, que acabou por ser composto por 29 jogadoras, com corte a fixar-se em 17 acima do Par do Mohammedia Golf Club, em Marrocos.
A campeã nacional de profissionais e ainda tricampeã nacional amadora agregou 308 pancadas, 20 acima do Par, registando voltas de 72, 76, 76 e 84, num torneio em que nenhuma das 63 participantes terminou as quatro voltas abaixo do Par.
«É uma “derrota” difícil de digerir», admitiu na sua conta profissional no Facebook, onde explicou que «o dia começou logo mal no primeiro buraco, estava muito nervosa e não consegui entrar bem em jogo neste dia decisivo. Depois, ainda joguei bem até ao 15 e sabia que tinha de terminar bem, mas os últimos buracos são muito difíceis e não consegui terminá-los da melhor forma».
Custaram-lhe muito caro os 3 bogeys nos três últimos buracos, uma zona do campo onde nunca se sentiu à vontade. Já no segundo dia, quando ainda fazia parte do top-10, queixara-se ao site “Golftattoo” de «o resultado não ter sido melhor por cometer alguns erros no final, nomeadamente no shot ao green».
Susana Ribeiro tinha começado muito bem o torneio, no 5º lugar, desceu depois para 7ª e para 11ª, mas parecia ter o seu destino razoavelmente controlado. Mostrou que tem nível de jogo para esta exigência mas foi traída pela importância da ocasião, apenas quatro meses depois de se ter tornado profissional.
Aliás, não foi a única e, regra geral, os resultados foram hoje piores do que nos dias anteriores: «Penso que havia muita tensão em todas as jogadoras que poderiam integrar o cut. Umas souberam lidar melhor que outras e essa foi a diferença».
No seu caso, começou a volta com um quádruplo-bogey, fez ainda mais 1 duplo-bogey no buraco 4, e um total de 7 bogeys para apenas 1 birdie.
«Erros como os que cometi hoje são falta de experiência nestes torneios e gostaria de jogar no Access Series para ganhar mais experiencia», acrescentou a jogadora de 25 anos, que pretende investir a sério numa carreira ligada à competição.
«É uma verdade que precisaria de mais apoios para jogar no Access Series (em 2016)… vamos ver como consigo arranjar mais apoios», disse-nos a profissional do Guardian Bom Sucesso Golf, que, de novo, no Facebook, deu indicações de estar pronta para ultrapassar esta contrariedade: «Há que refletir e que corrigir para ficar cada vez mais forte e atingir os meus objetivos! Um agradecimento especial a minha mãe que foi minha caddie e que tanto lutou hoje comigo para conseguirmos um lugar na Final. Obrigada a minha equipa técnica, não só por este torneio, mas por me darem todo o apoio durante todo o ano».
Se conseguir financiamento para o Ladies European Tour Access Series (LETAS) de 2016, Susana Ribeiro irá encontrar nessa segunda divisão europeia a outra portuguesa que tentou a sua sorte nesta Qualificação-B.
Trata-se de Joana de Sá Pereira, também de 25 anos, que se tornou igualmente profissional esta época e que apesar de poucos torneios disputados, terminou 2015 no 45º lugar da Ordem de Mérito do LETAS.
Joana de Sá Pereira, nascida na Suíça e residente em França, com uma boa passagem pelo circuito universitário americano, beneficia do financiamento paterno da sua carreira e em Marrocos foi 43ª (empatada) com 312 (79+75+75+83), +24.