Arnaldo de Matos prefere o Estado Islâmico ao capitalismo. É um homem de fortes convicções e de um extraordinário bom gosto, por isso come várias vezes por semana no Gambrinus, o mais caro e influente restaurante em Lisboa. Que não se engasgue.
José Sócrates voltou a falar. Uma longa entrevista na TVI. Vi metade de uma parte e metade de outra, o estritamente necessário. Deixou de me interessar se é culpado ou inocente, desprezo-o por ser quem é: um egocêntrico que não soube respeitar a confiança que os portugueses lhe ofereceram. Num tempo de austeridade ir para Paris nas condições que foi, gastar o que não tinha e confessar que 25 mil euros por mês de despesas nada têm de anormal (com dinheiro que jura não ser dele), é um insulto aos portugueses que por ele foram governados. Para mim chega. Dele não voltarei a falar, é como se não existisse.
Estreou o sétimo episódio de Guerra das Estrelas, realizado pelo novo mago JJ Abrams, criador de Lost. Recebido com entusiasmo pela crítica inglesa, americana e francesa, recebido com reticências pela generalidade dos críticos portugueses e espanhóis. Ainda dizem que somos PIGS – venham e aprendam connosco a fazer bom cinema.
José Pacheco Pereira aceitou ser administrador de Serralves, uma excelente notícia. Justificou ter dito sim por o cargo não ser remunerado, se o fosse jamais aceitaria. Pena tê-lo dito. Quando o dinheiro é ‘diabolizado’ pelos que são sérios, o que podemos dizer aos nossos filhos?
Nos pequenos conflitos domésticos ou nas grandes barbáries, a sabedoria é sempre o último recurso. Só depois de todos se terem manipulado, matado, sofrido, corrompido e explorado, só depois de todas as hipóteses se terem revelado frágeis, é que alguém faz o apelo à inteligência dos sábios. Tristes as sociedades que, de tão práticas, vivem tão depressa que nem conseguem atrasar o seu triste fim.
Como um amigo me costuma dizer, ‘dá prendas se não consegues dar mais nada’. Pois, muitas vezes é assim, não consigo dar mais nada. Fico-me pelos livros, o que mais gosto de receber. E acabo de ler um livro que agora lhe ofereço, Objetos Cortantes, de Gillian Flynn, uma jovem e extraordinária escritora americana. Foi a sua primeira obra e é a história de um crime que nos entra pelo corpo e que nos será impossível de esquecer.