Já se demitiram por isto 3 responsáveis de saúde: Luís Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Sustelo, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (que inclui o Hospital de São José), e Carlos Martins, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (que inclui também o Hospital de Santa Maria). Neste caso, portanto, e ao contrário do que tem sucedido na Banca, a culpa não morre inteiramente solteira. Mas penso que não foram encontrados os verdadeiros responsáveis, os mais culpados de todos, os realmente assassinos.
Penso que os responsáveis principais e diretos são os médicos e enfermeiros completamente burocratizados, que em vez de se apressarem a salvar uma vida preferiram tê-la como motivo de reforço das suas reivindicações profissionais. Já li até que o azar do David foi ter aparecido no hospital com um aneurisma numa 6ª-feira,como se fosse possível marcar data e hora para os aneurismas rebentarem, como médicos e enfermeiros fazem hoje com as suas reivindicações profissionais. Tenho saudades do tempo em que esta gente era menos burocrática. E preferia não ser tratado por burocratas da saúde.
Parece que agora, depois da morte de David, médicos e enfermeiros lá vão ver satisfeitas as reivindicações profissionais. O crime compensa. E temos mesmo de ser tratados pelos burocratas da saúde.
Por outro lado, preferia ver o dinheiro dos contribuintes usado na saúde e na educação, em vez de ir sobretudo para tapar os buracos de quem enriquece impunemente na Banca (até Horta Osório já quebrou a solidariedade de classe, e se insurgiu por não haver verdadeiras investigações, muito diferentes das que tem feito o nosso Ministério Público), ou para as mordomias dos políticos (que pena o PS não anunciar o fim das mordomias excessivas do anterior Executivo).