Irão enviou 11 toneladas de urânio enriquecido para a Rússia

John Kerry, secretário de Estado dos EUA, elogiou a ação que considerou um “passo significativo”.

Como parte do acordo assinado entre as potências mundiais, o Irão enviou na segunda-feira para a Rússia mais de 11 toneladas de urânio enriquecido, marcando um dos passos mais importantes deste acordo nuclear.

Para o secretário de Estado dos EUA, este foi um “passo significativo”. “Um dos passos mais significativos dados pelo Irão em direção ao cumprimento dos seus compromissos ocorreu hoje [segunda-feira] quando um navio partiu do Irão para a Rússia, transportando mais de 11 toneladas de urânio de baixo enriquecimento”, felicitou Kerry num comunicado. O secretário de Estado americano afirmou ainda que a Rússia exerceu um papel importante ao conseguir a retirada de urânio do Irão. “A Rússia executou um papel vital ao retirar esse material do Irão e fornecer urânio natural em troca.”, disse.

“Acredito que esta quantidade constitui praticamente o stock completo de urânio enriquecido do Irão”, disse ainda Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

Como parte do acordo, o Irão receberá então 140 toneladas de mineral de urânio, material esse que não pode ser utilizado na fabricação de armas nucleares, um dos principais objetivos do acordo entre as potências mundiais.

Com o cumprimento das medidas impostas, o Irão poderá ver-se livre das sanções que poderiam ser impostas pelas grandes potências.

Para que as grandes potências –Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia – retirem todas as sanções internacionais impostas ao Irão, é necessário que a Agência Internacional de Energia Atómica confirme que o Irão cumpriu todas as medidas previstas no acordo.

Uma fonte oficial da agência de notícias TASS confirmou que “o processo terminou”, acrescentando que o urânio foi guardado pela Rússia num local seguro.

Acordo nuclear Foi há seis meses que o Irão e o grupo P5+1 assinaram um acordo nuclear histórico com o objetivo principal de impedir o país de fabricar uma bomba atómica. Contudo, o Irão continua com a possibilidade de utilizar a energia nuclear do seu país para fins pacíficos.

Assim, o acordo visa que o Irão limite as suas reservas de urânio enriquecido a 300 quilos, bem como a desmantelar dois terços dos centrifugadores que possui e ainda a transformar o reator de água pesada para evitar que seja produzido plutónio.