De acordo com o Diário de Notícias (DN), que cita o balanço da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), foram iniciados 5322 tratamentos. Destes, 683 já estão concluídos e apenas 32 doentes não estão curados.
"Só fiz a minha parte, com a convicção que temos de lutar até tombar. É claro que esta é uma vitória e sinto que fiz parte desta luta. Mas não estive sozinho Não imagina a quantidade de pessoas que vêm ter comigo… É isto que me dá vida", disse José Carlos Saldanha ao DN. Está na lista de transplantes, mas os médicos dizem que ainda há esperança do seu fígado regenerar.
Ao DN, José Carlos confessou ter um desejo para 2016: "No início do ano vamos pedir uma audiência ao novo ministro da Saúde. Temos de atender os doentes de acordo com as suas necessidades. Temos de avançar com um rastreio para sabermos quantos somos, quais os genotipos para partirmos para o diálogo com a indústria farmacêutica".
Recorde-se que, em fevereiro – um mês após o protesto de José Carlos Saldanha -, o Ministério da Saúde assinou um acordo com o laboratório Gilead, responsável pela comercialização do sofosbuvir e do ledipasvir + sofosbuvir, medicamentos usados para tratar a hepatite C.
"É impressionante, não há quase ninguém que não fique curado e quase sem efeitos secundários. É mesmo uma medicina da felicidade. É a primeira infeção crónica vírica, que pode provocar cancro, que conseguimos curar. É um marco.", disse ao DN o hepatologista Rui Tato Marinho.
"Desde fevereiro tratei 350. Acho que em dez anos tinha tratado 300. É importante aumentar a oferta para outros genotipos do vírus", acrescentou o especialista, explicando que três meses depois do final do tratamento, se a análise estiver negativa, o doente está curado.