Paulo Portas

A saída de um cargo de poder, como a liderança de um partido, é quase sempre um momento de revés pessoal. Mas o líder do CDS sai pelo seu pé, no timing por si escolhido, após uma vitória eleitoral e deixando o CDS com um confortável grupo de 18 deputados. Nos seus quase 16 anos de presidência do partido, afirmou o CDS como força política de governo e reforçou a sua implantação nacional. Depois do fiasco da AD com Marcelo em 1999, da governação com Durão e Santana de 2002 a 2005 e da coligação com Passos de 2011 a 2015, o líder do CDS consolidou o seu estatuto de político de primeiro plano (apenas fraquejando na crise do ‘irrevogável’ de 2013). Mas, sendo do CDS, será sempre o n.º 2 em qualquer Governo. É essa a sua sina. E a sua limitação.

Sombra:

Pedro Proença

Com os contratos avulso da Nos (Sporting, Benfica e mais oito clubes) e da Meo (FC Porto, para já) assistimos, por estes dias, ao flop total da Liga de Clubes na sua tentativa de renegociar em bloco – como, aliás, acontece em todo o resto da Europa – os direitos televisivos dos jogos de futebol de todos os clubes da I Liga. Ganhou a lógica dos ‘grandes’ contra os direitos e os interesses dos ‘pequenos’. E perdeu, em toda a linha, a aposta do há cinco meses eleito presidente da Liga.

Carlos Costa

Na resolução do BES, em 2014, foram as instituições financeiras a arcar com a fatura dos 4.900 milhões. Já no caso do Banif, há duas semanas, tudo mudou e a fatura de mais de 2.250 milhões recaiu sobre o Estado e os contribuintes, poupando-se (porquê?) o resto da banca. Agora, é o acionista do Novo Banco a perdoar a si próprio uma dívida de 2.000 milhões, impondo essa fatura aos obrigacionistas estrangeiros. Não será altura de o governador do Banco de Portugal dar uma explicação pública sobre esta balbúrdia de critérios?

Marisa Matias

A eurodeputada do Bloco, agora candidata a Belém, tem insistido, a propósito do Banif e de uma morte no hospital de S. José, na mais primária demagogia populista de que há dinheiro para tudo e para todos e de que este tudo resolve. Além deste despesismo irresponsável, a candidata faz da sua campanha uma reiterada deselegância de ataques ao atual Presidente. Não tem nada mais importante e interessante para dizer?