Plano de Obama para evitar violência armada criticado pelos republicanos

O Presidente americano, Barack Obama, anunciou na terça-feira uma série de medidas para evitar a violência armada nos Estados Unidos.

Segundo Obama, passa a ser obrigatório consultar os problemas mentais e antecedentes criminais de quem queira comprar armas ou obter licença de porte de armas, quer presencialmente, quer pela internet.

Além dessa medida, considerada a principal, o Presidente americano pediu ao congresso 50 milhões de dólares para melhorar os serviços de saúde mental e para contratar novos agentes e investigadores do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, para melhor controlo das pessoas que pretendem comprar armas. Obama quer ainda equipas adicionais para controlar melhor os antecedentes criminais.

Contudo, as lágrimas de Obama ao discursar na terça-feira não tocaram os corações dos republicanos, que rapidamente se apressaram a criticar as novas medidas do governo por serem um ataque aos direitos constitucionais dos cidadãos. Para o candidato Ted Cruz, as medidas de Obama são “inconstitucionais”.

Jeb Bush, também ele candidato republicano, vai mais longe, acusando o Presidente americano de “tentar contornar” a Constituição dos Estados Unidos, numa altura em que as ameaças terroristas estão a aumentar. “Em vez de tirar as armas das mãos dos cidadãos cumpridores da lei, como Obama e Clinton gostariam de fazer, deviamos focar-nos em manter as armas fora das mãos dos terroristas que querem matar americanos inocentes”, disse, acrescentando que, “quando for presidente dos Estados Unidos”, mudará “logo no primeiro dia” as leis adotadas por Obama.

A opinião de Bush é partilhada por outros candidatos republicanos à Casa Branca, como Mario Rubio.

E nem o polémico Donald Trump ficou indiferente, apoiando também Bush e garantindo também mudar as medidas quando for eleito.

“As suas palavras e ações constituem uma forma de intimidação que ameaça a liberdade. Independentemente do que o Presidente diz, a sua palavra não se sobrepõe à segunda emenda”, garantiu o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan.

E se os republicanos não gostam, os democratas apoiam. Para Hillary Clinton, as medidas de Obama são um “passo decisivo no combate à violência com armas”, garantindo que, se for eleita, irá “continuar essa luta”.

“O nosso próximo presidente tem de prosseguir esse caminho e não destruí-lo”, acrescentou.

Para reforçar as medidas que adotou, o Presidente americano vai participar hoje num debate.