Mas agora, segundo uma sondagem divulgada no Expresso de ontem, essa impopularidade desce a escombros nuncaantes vistos, colocando-o no último lugar dos políticos avaliados nesta sondagem. António Costa surge em 1º, para surpresa de quem se lembra do seuresultado eleitoral. Paulo Portas está entalado entre Catarina Martins (2ª) e Jerónimo de Sousa (4º), vindo Passos Coelho em penúltimo lugar (5º), imediatamente antes de Cavaco Silva.
Confirma-se que o Presidente Cavaco Silva engana-se muito e raramente tem razão nas suas escolhas, apesar de as sondagens valerem o que valem. O País desatou a olhar para o lado oposto ao do Presidente, deitando a crispação para trás das costas, e desatando num frenesim consumista de quem acredita mais nesta situação e vive com maior confiança no destino.
Por outro lado, o PS (33,3% das intenções de votos) aparece ligeiramente à frente do PSD (32,1%).
Repare-se que Cavaco se afunda (como se afundou em 1975, quando perdeu as presidenciais, apesar de todo o apoio dos partidos da direita, e de enfrentar um candidato bem à esquerda, talvez o dirigente político mais à esquerda que o País já elegeu para um cargo de Poder). Nessa altura, admito que ele já tivesse sido o criador do dito ‘monstro’ (ironicamente, foi ele próprio a cunhar a expressão), embora tivesse a seu favor descomprimir um País subjugado pela indiferença social de um Bloco Central de má memória. De resto, com um Executivo bem mais à esquerda, e demaiores preocupações sociais, do que o desse Bloco Central. Talvez com maisdinheiro, reconheço. E talvez com o erguer do monstro. Mas foi assim.
Agora, enquanto ele sai pela esquerda (ou direita) baixa, entra Marcelo Rebelo de Sousa, resplandecente de popularidade à direita e à esquerda.