Quando a 8 de janeiro David Bowie lançou “Blackstar”, ninguém percebeu que aquele era um disco de despedida. Ninguém esperava a morte do artista britânico e, na verdade, só um grupo muito restrito de pessoas sabia da sua doença que, revela esta terça-feira o site holandês Dutch News, citando um amigo de Bowie, era um cancro no fígado.
Apesar de ter mantido a doença mais ou menos em segredo, algumas pessoas sabiam do seu estado. Uma delas seria Tony Visconti, produtor do 25.º e último disco de Bowie, a julgar pela mensagem que publicou no Facebook, em que dizia que há um ano que sabia que “Blackstar” seria um disco de despedida.
Também Ivo van Hove, diretor do teatro Toneelgroep Amsterdam, que trabalhou com Bowie no seu último musical, em que participou o ator Michael C. Hall, de Dexter, estava a par da doença do músico. Mais, foi ele quem falou pela primeira vez sobre qual terá sido a causa da morte de Bowie, em declarações ao Dutch News, publicadas esta terça-feira. E contou que Bowie “continuava a escrever no leito da morte”. “Vi um homem lutar. Lutou como um leão e continuou a trabalhar como um leão com tudo o que se estava a passar. Tenho um respeito incrível por isso.”
Bowie ter-lhe-á contado que sofria de um cancro no fígado para explicar que não poderia estar presente em todos os ensaios do musical que tem o nome de uma das faixas do seu último disco, “Lazarus”, que estreou no mês passado e ao qual os dois assistiram juntos.