A taxa de crescimento do PIB mundial irá situar-se em 3,4% este ano e em 3,8% em 2017, menos duas décimas do que estimava há três meses. Ou seja, a retoma da economia mundial deverá ser mais lenta do que o previsto, tendo em conta no ano passado deverá ficar-se pelos 3,1%.
"Estas revisões reflectem em larga medida, mas não exclusivamente, uma recuperação mais fraca do que o previsto em Outubro nas economias emergentes", salienta o FMI, que aponta ainda a descida pronunciada dos preços das matérias-primas, nomeadamente, o petróleo, a incerteza na China e o efeito do início da subida das taxas de juro nos Estados Unidos.
Para os mercados emergentes, também há uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais tanto em 2016 como em 2017. O Fundo prevê agora que estas economias cresçam 4,3% este ano e 4,7% no próximo, mais rápido do que os 4% de 2015.
No entanto, em alguns países, o pessimismo é agora muito maior e projectam-se mesmo anos de recessão profunda. Para o Brasil, o FMI está à espera de uma contracção de 3,5% este ano e de estagnação em 2017, resultados que são cerca de 2,5 pontos percentuais mais baixos do que era esperado há três meses.
A China, que tem gerado alarme nos mercados accionistas, está a perder velocidade, mas ainda dentro do previsto, com o FMI a manter a previsão de um crescimento do PIB em torno de 6,3%.
Entre as quatro maiores economias da Zona Euro, o destaque pela positiva vai para os países que são simultaneamente os dois maiores clientes e investidores em Portugal. A Alemanha deverá crescer 1,7% tanto este ano como no próximo (uma revisão em alta de 0,1 e 0,2 pontos, respetivamente) e o PIB da Espanha deverá aumentar 2,7% em 2016 e 2,3% em 2017 (o que representa uma melhoria de 0,2 e 0,1 pontos percentuais face a outubro, respectivamente).
O destaque pela negativa vai para França que vê a sua previsão de crescimento reduzida em duas décimas, para 1,3% – o mesmo valor de Itália, cujas perspectivas não sofreram alterações desde Outubro.