Mas tenho de reconhecer estar espantado com a herança deixada por Passos Coelho na nossa imprensa. Todos os dias, quando leio os jornais, e vejo as opiniões publicadas dos que criticam os recuos de Costa em relação a Passos (mesmo depois de comprovado o falhanço das políticas deste), de modo a porem-nos apenas menos mal do que passámos a ficar, qualificadas como facilitismo, dou comigo a fosforar que o ‘passismo’ ainda está muito por aí, que certamente vai desaparecendo a pouco e pouco (há mentes que demoram a sair das modas ou dos status), e que quanto mais tempo demorarem as eleições menos hipóteses tem Passos Coelho de as ganhar. E os eleitores já demonstraram terem maior perspicácia do que muitos autores de opiniões publicadas que veem na austeridade a única forma de não se ser facilitista, apesar dos resultados visíveis dessa austeridade – como se pode ver pelos números oficiais adiantados este domingo pelo ministro da Economia numa entrevista ao Público sobre o não aumento das exportações com o anterior Executivo.
E os ralhetes da Comissão Europeia sobre o resultado das políticas nacionais dos últimos anos? Não teve a CE nada a ver com elas?