O arquiteto faria 94 anos no próximo dia 30. O seu percurso dividiu-se entre a arquitetura e a política.
Opositor da ditadura salazarista e da guerra colonial, integrou o movimento de católicos progressistas. Foi um dos principais ativistas do protesto realizado na Capela do Rato, na noite de fim de ano de 1972 para 1973 (em que todos os participantes foram detidos). Pouco antes do 25 de Abril, foi preso e barbaramente torturado pela Pide.
Após a Revolução, foi dirigente do MES (Movimento de Esquerda Socialista), de 1974 a 1978. Recusou sempre a adesão a outro partido político depois da extinção do MES, em 1981, bem como quaisquer cargos políticos.
Prémios Valmor
Em abril do ano passado, Teotónio Pereira foi distinguido com o prémio anual da Universidade de Lisboa, tendo a academia destacado não só o seu papel na área da arquitetura como também precisamente a sua "figura ética".
Nuno Teotónio Pereira nasceu a 30 de janeiro de 1922 e formou-se em 1949 na Escola de Belas Artes de Lisboa, com nota final de 18 valores. Foi por duas vezes distinguido com o Prémio Valmor, pela Igreja do Sagrado Coração de Jesus (1975, projeto liderado com Nuno Portas) em Lisboa, e do ‘Franjinhas’ (1971), nome pelo qual é popularmente conhecido o edifício de escritórios na rua Braamcamp, também na capital.