Esta era uma decisão expectável, porque para além de Pacquiao fazer parte do Congresso das Filipinas desde 2010, o pugilista enfrentava um longo processo de recuperação (entre 9 a 12 meses) de uma cirurgia no ombro direito – uma lesão que levou consigo para o combate -, o que só o permitira voltar à competição este ano. Em entrevista ao canal ABS-BN afirmou pensar que « estou no boxe há mais de 20 anos, se és senador, o teu foco deve ser só o teu emprego e a tua família», disse.
A confirmação da saída deste detentor de oito títulos mundiais em divisões diferentes chegou este mês: «vou reformar-me do boxe para me concentrar na minha carreira política», disse Manny numa entrevista em sua casa.
Neste momento Manny está em sétimo lugar na corrida para tentar ganhar um dos doze lugares disponíveis do Senado das Filipinas, representando a província sulista de de Sarangani no parlamento. Com este sistema político, o Senado é um órgão importantíssimo para que o pugilista possa entrar na corrida presidencial, basta olhar para a história: três dos últimos presidentes filipinos, foram senadores antes de chegarem ao mais alto cargo de chefia do país. «Os meus rankings têm sido consistentes, e espero que melhorem assim que a campanha começar», disse Pacquiao já num estilo a fazer relembrar o discurso dos políticos que todos conhecemos.
Mas este atleta, que arrecadou 57 vitórias em combates, incluindo 38 knockouts- perdendo seis combates e tendo dois empates – traz no seu currículo uma longa carreira que começou na pobreza, tornando-o numa espécie de «lutador do povo».
Tendo tipo uma vida complicada, como problemas extraconjugais ou com o fisco, foi-se tornando numa esperança para os filipinos, que se materializou com a criação de uma Fundação de caridade. Sempre que este antigo vendedor de rua entrava em combate, um pequeno país olhava para ele como herói, e, surpreendentemente, até a taxa de criminalidade reduzia. Agora é levar este efeito para a política.