Acabei, coisa impensável mas que me pareceu a melhor, cliente do então Caixa Geral de Depósitos, que se instalara em força em Espanha, e melhorara consideravelmente o serviço na presidência de Rui Vilar (aliás, todos os Bancos portugueses, para contornarem a esteira do novo BCPO, tiveram de arranjar um serviço relativamente bom).
Agora, ao ler o Expresso desta semana, vejo que a Banca espanhola domina mais ou menos todos os Bancos portugueses. E não deveria sequer surpreender-me, embora realmente me surpreenda. É que os Bancos portugueses já não são nada do quetiveram de ser no tempo de Jardim Gonçalves. Nem o BCP.
A ideia é cobrar comissões por tudo e por nada, e não remunerar sequer o dinheiro ali posto pelos depositantes e que os Bancos aproveitam para emprestar e fazer negócio. Enfim, é como quem diz, estimular o velho colchão caseiro, cheio de notas, numa época em que os pagadores (Estado e empresas) preferem fazê-lo através dos Bancos. Portanto, têm de se descobrir maneiras imaginativas de fugir deles. Ou aparcar lá o dinheiro o mínimo de tempo possível, ou tentar que ele não passe sequer por lá. E não querer cartão nenhum (porque até se pede aos clientes que paguem um simples cartão que só serve para levantar dinheiro, evitando que os Bancos tenham mais empregados). Parece que a imoralidade dos Bancos está a ultrapassar todas as marcas – ainda por cima com garantias que mais ninguém tem de poderem defraudar à vontade a freguesia e o mundo não financeiro. E parece ninguém ter aprendido nada com as crises provocadas pela ganância de certos financeiros. Infelizmente, a chamada esquerda democrática (em Portugal, o PS), vive de tal maneira deslumbrada com o dinheiro dos Bancos, que está tão indisposta para mudar esta situação como a Direita de agora (que a antiga parecia mais escorreita).